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Apesar de agir no corpo humano de forma silenciosa, a osteoporose atinge milhares de pessoas no mundo, e é uma das enfermidades que mais causa dano à saúde das pessoas idosas. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que entre 13% a 18% das mulheres e 3% a 6% dos homens acima de 50 anos sofrem com a osteoporose globalmente.
A doença é tão abrangente que existe uma data específica dedicada à sua prevenção. O Dia Mundial de Luta Contra a Osteoporose acontece, anualmente, em 20 de outubro, e serve de lembrete para que se reforcem os cuidados contra a doença, já que ela pode comprometer bastante a locomoção do indivíduo e, em último grau, até ser um fator de risco para sua morte.
“A complicação mais temida decorrente da osteoporose é a fratura de fêmur, que é um grande marcador da fragilidade óssea”, explica Paulo Camiz, médico clínico Geral, geriatra e professor da USP (Universidade de São Paulo) e do Hospital das Clínicas de São Paulo. As chamadas fraturas osteoporóticas são vistas em mais de 8,9 milhões de casos por ano mundialmente, como informam dados da Federação Internacional da Osteoporose (IOF na sigla em inglês).
“Se a fratura é de vértebra, por exemplo, o indivíduo pode perder altura; se é de fêmur, a pessoa vai ficar acamada e perder massa muscular por ficar deitada, imóvel. Esse quadro pode terminar até mesmo em uma pneumonia e, consequentemente, levar a um grande risco de morte”, reforça o geriatra.
Para evitar as consequências da osteoporose, descubra cinco dados importantes sobre a doença e saiba como se prevenir dela:
“Trata-se de uma doença caracterizada pela baixa na massa óssea. Nessa situação, a pessoa tem micro alterações na estrutura do osso que fazem com que ele fique fragilizado, com risco de quebra, de fratura”, detalha o Dr. Paulo Camiz.
“Qualquer pessoa pode ter essa doença, em qualquer idade, mas o risco aumenta muito com o passar dos anos”, reforça o especialista.
“Quando alguém tem osteoporose numa idade mais precoce, ainda jovem, pode-se pensar em uma causa secundária, com algum outro problema de saúde causando a osteoporose – e não simplesmente a falta de uso ou de estímulo do osso, que é a causa principal da doença com o passar dos anos”, diz o médico.
Os números da Federação Internacional da Osteoporose (IOF) reforçam o dado: as mulheres são, de fato, mais propensas a desenvolver osteoporose na velhice.
A fonte calcula que a doença afeta 200 milhões de mulheres mundialmente e 1 em cada 3 mulheres com mais de 50 anos sofrerão fraturas osteoporóticas. Entre os homens, os casos ficam em 1 para cada 5 pessoas do sexo masculino, acima também dos 50 anos de idade.
A ingestão de cálcio, encontrada em alimentos como o queijo, pode ajudar a evitar a perda de estrogênio.
“Isso se deve ao pós-menopausa, quando se tem uma queda abrupta da produção de estrogênio pela insuficiência dos ovários femininos, em torno dos 50 anos de idade”, explica o médico geriatra.
“O que acontece também é que, frequentemente, a mulher não acompanha uma mudança no estilo de vida proporcional à perda do estrogênio, que já causa uma dificuldade maior em manter a densidade óssea”, continua o especialista. “Para evitar essa perda, seria preciso compensar os ossos com mais estímulo aumentando a taxa de exercício, a ingestão de cálcio e a exposição solar para garantir a vitamina D no sangue“, detalha. Como os homens não passam por um processo como a menopausa, se verifica mais casos entre as mulheres mesmo.
De acordo com o geriatra, a osteoporose é uma doença traiçoeira porque avança de forma silenciosa. “Até a pessoa ter uma fratura ou o achatamento de uma vértebra de uma hora para outra, por exemplo. Ela pode cair sentada, mas às vezes nem chega a ter queda: o osso desaba diante de um movimento brusco”, conta o Dr. Paulo Camiz.
Sem tratamento e cuidado, a doença pode tornar difícil a vida do indivíduo. “A osteoporose vai afetando o corpo fazendo com que a pessoa tenha fraturas, o que resulta frequentemente além de dor, no fato de que a pessoa vai ficando com mobilidade ainda mais reduzida, mais parada mesmo. E isso é ruim porque descalcifica mais os ossos, que precisam do estímulo para ficarem fortes”, afirma.
“Em outras palavras, a pessoa vai sempre piorando no quadro de saúde se não rompe esse ciclo”, reforça o médico.
“A doença pode ser prevenida principalmente quando se souber a causa dela – se não for algo evidente”, explica o médico. Entre esses fatores pode estar a dificuldade de absorção de cálcio ou excesso de liberação dessa mesma substância na urina, por exemplo.
“Se o problema não for identificável, é preciso manter hábitos de vida saudáveis, fazer a exposição solar (ou repor vitamina D se a pessoa não puder ficar no sol), ter uma ingestão de alimentos ricos em cálcio, e tomar uma vitamina que atualmente está na moda, que é a vitamina K2, ricamente encontrada nos alimentos fermentados”, diz.
Atividade física regular, exposição ao sol ou ingestão de vitamina D, e garantir uma boa quantidade de cálcio na dieta do dia a dia são os elementos-chave para se prevenir ao máximo a osteoporose, indica o especialista.
