Da mesma linhagem da Ômicron, a Arcturus – nova cepa do coronavírus – está sendo monitorada desde janeiro deste ano pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma variante de interesse.
Isso porque ela já foi reportada em mais de 30 países, incluindo o Brasil, onde a Secretaria Municipal da Saúde da cidade de São Paulo (SMS-SP) confirmou o primeiro caso de Covid-19 causado por essa variante (também chamada de XBB.1.16) no último dia 1º de maio deste ano.
Além do Brasil, a Arcturus também foi identificada nos Estados Unidos, Canadá, Austrália, Japão, Reino Unido e Índia – este último onde estão a maioria dos casos, com cerca de 60% de incidência, de acordo com a OMS.
De acordo com a avaliação da OMS, o risco global para a Arcturus (ou XBB.1.16) é baixa em comparação com as antecessoras da linhagem da Ômicron e suas subvariantes atualmente em circulação.
Segundo o órgão de saúde, a partir das evidências disponíveis, a Arcturus demonstra maior vantagem de crescimento (o que significa maior capacidade de reprodução dentro do organismo) e propriedade de escape imunológico (ou seja, mais resistência às vacinas).
Entretanto, nenhum aumento ou mudança na gravidade da doença foi relatada e, portanto, as informações disponíveis não sugerem que a XBB.1.16 traga risco adicional à saúde pública.
Ainda assim, em alguns países onde a variante foi detectada, como a Índia e a Indonésia, houve um ligeiro aumento na ocupação dos leitos, segundo reporta a OMS. No entanto, os níveis são muito mais baixos do que os observados em ondas de variantes anteriores.
Para Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, o surgimento da nova variante Arcturus ilustra como o vírus da Covid-19 ainda está mudando e pode ser capaz de causar novas ondas da doença e mortes, como falou oficialmente em declaração à imprensa feita no fim de abril deste ano.
Em contrapartida, Tedros Adhanom afirma que o órgão internacional de saúde tem a esperanças de declarar o fim da emergência pública de saúde internacional em decorrência da Covid-19 ainda em 2023. Mas enfatiza que o vírus veio para ficar e que o mundo terá que aprender a administrá-lo, assim como fez outras doenças infecciosas.
Segundo a OMS, os sinais da contaminação pela variante Arcturus se assemelham aos sinais comuns da Covid-19, como febre, sintomas de gripe e tosse seca. Mas há relatos de irritação nos olhos, parecidos com conjuntivite, decorrentes da infecção pela nova variante.
No caso identificado na cidade de São Paulo – o de um homem de 75 anos de idade – foram relatados sintomas de síndrome gripal e febre persistente, como informou a secretaria de saúde local.