O vírus do papiloma humana (HPV) é um vírus infeccioso do ácido desoxirribonucleico (ADN) que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), está relacionado com o câncer de colo de útero e a aparição de verrugas e lesões na região genital.
Como alertam a OMS e o Ministério da Saúde do Brasil, a transmissão não se dá apenas por meio de relações sexuais, mas também por contato direto com a pele, com a mucosa infectada e também no parto (transmissão de mãe para filho).
Uma pesquisa divulgada em 2017 pelo Ministério da Saúde, através da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), estimou que cerca de 54,6% dos jovens brasileiros entre 16 e 25 anos possuem HPV. Desse total, 38,4% apresentam alto risco de desenvolvimento de câncer de colo de útero. Por conta disso, os jovens nessa faixa etária são considerados os mais vulneráveis.
Dados de 2018 da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) indicam que o HPV causa, anualmente, cerca de 72 mil casos de câncer de colo de útero e 34 mil mortes (decorrentes do câncer de colo de útero) somente no continente americano.
As duas principais ferramentas de prevenção do HPV são a vacina contra o vírus e a educação sexual, de acordo com a Opas.
A educação sexual é uma maneira de prevenir a transmissão baseada, principalmente, na conscientização sobre o uso de métodos contraceptivos de barreira, como o preservativo masculino e a camisinha feminina.
De acordo com a Fundação Huésped, entidade argentina da área de saúde pública, o uso do preservativo reduz o risco de transmissão do HPV, mas não o elimina totalmente.
“O vírus pode ficar alojado em pontos da zona genital e anal que não são protegidos pelo preservativo”, afirma a instituição. Para ter maior controle e aumentar a prevenção, os especialistas recomendam que as mulheres façam o o exame de colpocitologia (conhecido popularmente de papanicolau) uma vez por ano a partir dos 25 anos.
Pesquisadores da Opas advertem ainda que “quanto mais parceiros sexuais uma pessoa tiver, maior o risco de contágio do HPV ou de qualquer outra infecção sexualmente transmissível”.
Desde 2006, existem duas vacinas que protegem contra quatro tipos de vírus causadores do HPV:
A vacina contra o HPV também é conhecida como tetravalente e está incluída no calendário de 111 países que fazem parte da OMS. Entre eles, o Brasil.
O Sistema Único de Saúde (SUS) distribui gratuitamente a vacina para crianças e adolescentes de 9 a 14 anos e para pessoas que possuem HIV (vírus da imunodeficiência humana), receberam transplantes de órgãos sólidos, de medula óssea ou estão em tratamento oncológico.
Seu nível de eficácia é elevado e não há contra-indicações. “Mais de 200 milhões de doses aplicadas no mundo não apresentaram risco de complicação alto e nem reações adversas”, ressalta a OMS.
O Ministério da Saúde afirma que “na maioria das vezes, o sistema imune consegue combater de maneira eficiente a infecção pelo HPV, alcançando a cura com eliminação completa do vírus, principalmente entre as pessoas mais jovens. Algumas infecções, porém, persistem e podem causar lesões”.
O órgão do governo federal ressalta que qualquer lesão por HPV deve ter acompanhamento médico para o tratamento adequado e a prevenção de doenças mais graves.