O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) começou a apresentar sinais de fraqueza na segunda-feira (14), após completar 139 horas de greve de fome. A informação foi divulgada pela assessoria, que acompanha o parlamentar desde o início do protesto contra o processo de cassação de seu mandato, aprovado pelo Conselho de Ética da Câmara na última quarta-feira (9).
“Glauber está ingerindo isotônico e soro, além de água. A preocupação com as condições de saúde do parlamentar aumenta a cada hora, visto que Glauber já começou a apresentar sinais de fraqueza. A fim de evitar cansaço, as visitas estão mais restritas”, disse a assessoria, acrescentando que o parlamentar tem passado por avaliação médica duas vezes por dia.
Além do jejum, Braga está dormindo no Plenário 5 da Câmara. Ele disse que não deixará as dependências da Casa até a votação final do processo – que ainda precisa ser pautado no plenário pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Na segunda-feira, Braga recebeu uma visita dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo. Nos dias anteriores, os ministros da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, da Secretaria Geral, Marcio Macedo, da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, e das Mulheres, Cida Gonçalves, também foram até o local, assim como entidades sociais.
“Não se trata de um apelo individual para salvar um mandato. É uma denúncia contra a perseguição do [ex-presidente da Câmara] Arthur Lira contra o orçamento secreto. Luto por dignidade. Estou junto com aqueles que não se dobram ao poder da grana”, disse Braga, em publicação nas redes sociais.
O processo contra Braga foi aberto após um episódio ocorrido em abril de 2024, quando ele expulsou, com empurrões e chutes, o militante Gabriel Costenaro, do Movimento Brasil Livre (MBL), durante uma manifestação na Câmara. Costenaro participava de um ato em apoio a motoristas de aplicativo.
Braga afirma que reagiu a provocações, alegação refutada por Costenaro, que disse que foi abordado pelo parlamentar. Com isso, o Novo enviou à Mesa da Câmara o pedido de cassação do mandato de Braga, encaminhado por Lira ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.
A sessão do Conselho que decidiu pela cassação foi tensa e cheia de confusão. Vários deputados aliados de Braga apontaram que a pena foi desproporcional e que o Conselho poderia ter optado por punições mais leves, como advertência ou suspensão.