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Na última semana, o CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, afirmou que o grupo deixaria de comprar produtos de frigoríficos de Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
O posicionamento da rede é uma resposta de solidariedade ao agronegócio da França, que tem se posicionado contra o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia (UE).
A posição do Carrefour gerou reações negativas no Brasil. Nos últimos dias, ministros, congressistas e empresários se posicionaram contra a decisão da rede francesa.
Na segunda-feira (25), o Lira cobrou uma retratação por parte da rede. “Não é possível que o CEO de um grupo importante como o Carrefour não se retrate de uma declaração de praticamente não contratar as proteínas animais advindas e oriundas da América do Sul”.
Durante a reunião com Lira, a FPA vai discutir a tramitação de dois projetos de lei que compõem o chamado pacote da “reciprocidade ambiental”. Um dos textos tramita na Comissão de Meio Ambiente do Senado e tem relatoria da senadora Tereza Cristina (PP-MS).
O projeto busca tornar obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil para a disponibilização de bens no mercado brasileiro.
O outro projeto em análise tramita na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara, mas ainda não tem relator definido.
A proposta proíbe ao Brasil a participação em acordos que possam representar restrições às exportações brasileiras e ao livre comércio.
O deputado Alceu Moreira (MDB-RS) apresentou na segunda um requerimento que pede a criação de uma comissão externa para acompanhar o boicote da rede francesa Carrefour à compra de carnes de países que compõem o Mercosul.
De acordo com o congressista, o objetivo da comissão externa é “acompanhar e monitorar” o boicote à produção brasileira. A instalação do colegiado depende de despacho de Lira.
Além disso, Tereza Cristina apresentou um requerimento de convite ao embaixador da França no Brasil, Emmanuel Lenain, para uma audiência na Comissão de Relações Exteriores do Senado, com objetivo de prestar esclarecimentos sobre a postura do Carrefour em relação ao acordo Mercosul.
A JBS, um dos principais frigoríficos brasileiros, interrompeu o fornecimento de carne ao Carrefour na última quinta-feira (21). A Friboi, marca da JBS, responde por cerca de 80% das carnes vendidas no Carrefour.
Na sexta (20), a Masterboi também realizou a suspensão de 250 toneladas de carne ao Carrefour.
O Grupo Carrefour Brasil disse que a suspensão de fornecimento de carne à sua rede no país impacta seus clientes.
À CNN, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, parabenizou a postura da indústria brasileira diante do boicote anunciado pela rede francesa de varejo.
