Uma das principais lideranças políticas de oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), deveria esperar até as eleições de 2030 para disputar o Palácio do Planalto. A avaliação é de Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, secretário de Governo da gestão paulista e um dos aliados mais próximos de Tarcísio.
Segundo Kassab, “tudo leva a crer” que o governador de São Paulo se candidatará a um novo mandato no Palácio dos Bandeirantes em 2026 e esperará mais alguns anos para alçar voos maiores na política brasileira.
“Ele [Tarcísio] tem dito que fica muito honrado com a lembrança, e não exclui nada, mas tudo leva a crer que vai optar pelo projeto do estado. Se ele perder a eleição presidencial em 2026, São Paulo perde também um grande governador. Ele pode chegar com mais musculatura em 2030, após oito anos de realizações e entregas no estado”, diz Kassab, em entrevista ao jornal O Globo.
Na avaliação do ex-prefeito de São Paulo, apesar da força demonstrada pela oposição nas eleições municipais deste ano, o presidente Lula deve se candidatar à reeleição em 2026 e continua sendo um nome muito competitivo.
“Lula não pode ser menosprezado nunca. É um dos motivos para eu achar que o Tarcísio não deveria concorrer à Presidência. Enfrentar o Lula nunca é fácil’, disse Kassab. “E a avaliação dele não é ruim, é regular, o que não é nada mal para alguém que há alguns anos estava numa situação muito difícil. Tenho certeza de que ele será candidato.”
“O Lula é o Lula, está acima dos partidos de esquerda. Mais do que nunca, ele entenderá a importância das alianças políticas. Ele não se envolveu muito nessa eleição, portanto qualquer desgaste será mais do PT do que dele. Caberá à direita, e ao centro que quer caminhar com esse campo, também definir logo um nome”, prossegue Kassab.
Na entrevista, Kassab citou alguns nomes da oposição que, na sua avaliação, podem se cacifar para enfrentar Lula na eleição de 2026.
“Vejo o [Ronaldo] Caiado [governador de Goiás, do União Brasil] disposto a ser de qualquer maneira. Portanto, ele larga na frente, caso eu esteja correto sobre o Tarcísio e considerando [Jair] Bolsonaro hoje inelegível. É preciso saber se o [Romeu] Zema [governador de Minas Gerais, do Novo] vai querer. A questão é que, em um país como o Brasil, não dá para definir candidato em cima da hora”, analisa.
Em relação a uma possível candidatura presidencial do seu partido, o PSD, Kassab menciona o governador do Paraná, Ratinho Júnior, como o nome mais forte.
“Se o PSD tiver candidato a presidente, hoje o nome é o do Ratinho Júnior. Mas também pode não ter. Em 2022, tínhamos nomes posicionados com alianças mais à direita, como o próprio Ratinho, e outros mais à esquerda, e por isso não lançamos”, despista.
“Se o Tarcísio concorrer, vou ponderar com o partido que o melhor seria apoiá-lo, mas o que eu vejo cada vez mais, pessoalmente, é uma preferência para que ele seja candidato a governador.”