“A minha relação com o presidente é a melhor possível, com o presidente Lula e com o presidente Roberto. É a melhor possível. Sempre fui muito bem tratado pelos dois. Eu não consigo fazer qualquer queixa a nenhum deles”, declarou durante sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).
Segundo Galípolo, nas conversas que teve com Lula teve a garantia de “liberdade na tomada de decisões” e a orientação de seguir como compromisso os interesses da população brasileira. Ele lamentou não ter colaborado para que a relação do BC com o Executivo fosse “melhor ainda”.
“Toda vez que me foi concedida a oportunidade de encontrar o presidente Lula, eu escutei de forma enfática e clara a garantia da liberdade na tomada de decisões e que o desempenho da função deve ser orientado exclusivamente pelo compromisso com o povo brasileiro”, disse.
Galípolo minimizou críticas em relação a possíveis ruídos na relação com Campos Neto, que é alvo de pressão no cargo desde o início do governo por causa do patamar da Selic, a taxa básica de juros. O mandato do atual presidente do BC termina em 31 de dezembro.
“Sinto que gerei uma grande frustração talvez na expectativa que existia de que ao entrar no Banco Central fosse começar um grande reality show com disputas e brigas ali dentro […] Sinto não poder corroborar com a ideia eventual de que poderia existir uma polarização ali da minha parte”, afirmou.
Galípolo foi oficialmente indicado por Lula para a presidência do BC no fim de agosto. Atualmente, o economista ocupa a Diretoria de Política Monetária do BC.
Em entrevista à CNN, antes da votação, o presidente da CAE, senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), afirmou que a expectativa é de unanimidade na votação.
Além da sabatina e da votação na comissão, a indicação também precisa ser votada pelos senadores no plenário.
Para ser aprovado, precisa do voto de ao menos 41 dos 81 senadores. A votação é secreta. Se receber o aval dos congressistas no plenário, a indicação é comunicada à Presidência da República.