Aliados também tem pressionado para que ele devolva e encerre o assunto. A decisão, porém, ainda não foi tomada. Há avaliação no Planalto de que Lula e também outros ex-presidentes possam ser cobrados a entregar presentes recebidos regularmente durante suas gestões.
O TCU entendeu, por maioria dos votos, que faltam regras claras que disciplinem o recebimento de presentes. Entendimento que pode também beneficiar Bolsonaro. A tese foi puxada, em plenário, durante o julgamento do relógio de Lula, pelo ministro Jorge Oliveira, que integra a chamada ala bolsonarista do TCU.
A tese do governo, porém, era a de que em 2005 não existia regra, diferentemente do que ocorreu a partir de 2016, por resolução do próprio TCU, e passou a cobrir o recebimento de presentes.
Com base nesse entendimento de que o TCU decidiu sem observar o argumento devido é que a Advocacia Geral da União poderá recorrer.
De acordo com o TCU, em seus dois primeiros mandatos (2003 a 2010), Lula recebeu 568 presentes durante audiências no exterior ou no Brasil. A maioria – 559 – havia sido incorporada ao acervo pessoal do atual presidente.
*Com colaboração de Larissa Rodrigues