No comunicado, a diplomacia argentina pede facilidades migratórias e aduaneiras para Milei e sua equipe. Embora a visita não tenha caráter oficial, mas de agenda pessoal, segundo autoridades brasileiras, todas as solicitações serão atendidas.
Mais cedo, como mostrou a CNN, o governo da Argentina tinha pedido à Força Área Brasileira (FAB) autorização para o uso do espaço aéreo brasileiro, informando previsão de pouso do avião presidencial para a noite de sábado (6).
A decolagem de volta a Buenos Aires está prevista para domingo (7) à noite.
Na primeira viagem ao Brasil após chegar ao poder, Milei não se reunirá com o presidente o Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a quem frequentemente faz ataques.
Integrantes do governo Lula entendem que a participação do presidente da Argentina no evento conservador, no próximo fim de semana, é “imprevisível”.
A avaliação é de que Milei, incentivado por bolsonaristas e na busca por se consolidar como uma liderança da direita, tende a subir o tom contra Lula.
A depender do que for dito e do contexto da agenda, assessores da área internacional relatam que o governo brasileiro não descarta consequências diplomáticas.
Até aqui, diplomatas do Brasil e Argentina têm buscado preservar as relações bilaterais, apesar dos atritos públicos entre os dois presidentes.
Às vésperas da viagem, na terça-feira (2), Milei voltou a acusar o presidente Lula de corrupção e disse, sem deixar claro a quem se referia, que quem o critica é um “perfeito dinossauro idiota”.
Na semana passada, Lula, em entrevista ao UOL, afirmou que ainda não conversou com Milei – que o chamou de corrupto ao longo da campanha eleitoral argentina – porque ele lhe deve um pedido de desculpas por falar “muita bobagem”.
Por sua vez, o político argentino questionou “desde quando tem que pedir perdão por dizer a verdade”.
Javier Milei também desistiu de participar da Cúpula do Mercosul na próxima segunda-feira (8), em Assunção, no Paraguai, pois estaria com a “agenda sobrecarregada”. O presidente Lula estará presente.