Elas faziam parte dos planos da gestão anterior, do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que teve o Ministério da Justiça comandado por Anderson Torres.
No dia 29 de junho de 2022, o site da Secretaria Nacional de Políticas Penais anunciava uma série de investimentos na modernização do sistema prisional federal. Entre eles, o ‘Projeto Muralha’. O comunicado informava que o investimento da muralha para a Penitenciária Federal em Brasília tinha sido de cerca de R$ 70 milhões.
“O projeto prevê a construção de estruturas de muro, passarela, torres de vigilância, casa de força e postos de controle que vão reforçar a barreira perimetral em todas as 5 unidades prisionais administradas pelo Departamento”, dizia o Departamento Penitenciário Nacional.
A muralha, de fato, foi inaugurada em novembro do mesmo ano. Em um vídeo divulgado pelo YouTube da Secretaria Nacional de Políticas Penais, o governo afirmava que “a previsão é que sejam construídas muralhas e torres de segurança em todas as unidades prisionais administradas pelo Depen, localizadas em Catanduvas (PR), Campo Grande (MS), Mossoró (RN) e Porto Velho (RO)”, dizendo ainda que esta última já receberia a próxima muralha.
O valor investido para custear a muralha de Brasília, R$ 70 milhões, é quase o dobro do investido para construir o presídio inteiro, que custou R$ 45 milhões – uma diferença de 75%. Nos cálculos ajustados à inflação, a diferença do custo seria de 32%. As obras da prisão foram entregues com três anos de atraso.
A CNN questionou o Ministério da Justiça sobre a reciclagem do plano e os custos investidos para as muralhas e aguarda resposta.