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O que se sabe sobre operação da PF que tem Carlos Bolsonaro como alvo

Publicada em 29/01/24 às 11:01h - 45 visualizações

por Kativa FM \\ BBC


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 (Foto: Kativa FM \\ BBC)

A Polícia Federal (PF) cumpre na manhã desta segunda-feira (29/1) mandados de busca e apreensão para avançar na investigação sobre ações da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Estão sendo cumpridos oito mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF), Formosa (GO) e Salvador (BA).

Um dos alvos, segundo a imprensa brasileira, é o filho do ex-presidente e vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).

A busca e apreensão foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para o gabinete de Carlos Bolsonaro na Câmara Municipal do Rio de Janeiro e uma residência na cidade, segundo o jornal Folha de S.Paulo.

A ação é um desdobramento das operações Última Milha e Vigilância Aproximada — esta deflagrada pela PF na última quinta-feira (25/1) e que teve como um dos alvos o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), diretor da Abin no governo Bolsonaro.

A PF investiga possível atuação ilegal do órgão durante o comando de Ramagem.

A suspeita é de que uma organização criminosa teria funcionado dentro da Abin para monitorar adversários da família Bolsonaro e proteger filhos do então presidente de investigações.

Ramagem é muito próximo da família Bolsonaro, em especial de Carlos.

A BBC News Brasil procurou o gabinete e a defesa do vereador, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.

Nesta nova etapa, a Polícia Federal busca avançar no núcleo político, identificando os principais destinatários e beneficiários das informações produzidas de forma ilegal pela agência de inteligência do governo federal.

Segundo a própria PF, os investigados podem responder pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.

As investigações

O FirstMile, produzido pela empresa israelense Cognyte, está no centro das investigações.

Segundo apuração conduzida pela PF, o software de espionagem FirstMile poderia ter sido utilizado para rastrear e monitorar dados de geolocalização de celulares.

De acordo com as investigações iniciais, servidores da Abin usaram o software para monitorar membros do Supremo Tribunal Federal (STF), jornalistas, advogados e políticos durante o governo Bolsonaro.

O programa foi adquirido sem licitação ainda no governo Michel Temer (MDB) durante a intervenção federal na área de segurança pública do Rio de Janeiro, mas teria sido utilizado mais intensamente no governo Bolsonaro, segundo a apuração da PF.

Esse monitoramento seria ilegal, diz a polícia, pois os agentes investigados precisariam de autorização judicial para realizá-lo.

Os investigados podem responder por vários crimes, como invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.

Mão de homem tocando teclado de notebookO FirstMile, produzido pela empresa israelense Cognyte, está no centro da operação Última Milha

Em nota publicada em seu site em outubro, a Abin afirmou que a corregedoria da agência instaurou uma sindicância investigativa sobre o assunto e que as informações apuradas estão sendo repassadas à Polícia Federal e ao STF.

A agência informou ainda que o software FirstMile deixou de ser utilizado em maio de 2021.

"A atual gestão e os servidores da Abin reafirmam o compromisso com a legalidade e o Estado Democrático de Direito", diz.

Na época, o Exército, que também adquiriu o software em 2018, afirmou à BBC News Brasil por meio de uma nota que não comentaria o caso.

A reportagem não obteve respostas do deputado Ramagem e do vereador Carlos Bolsonaro sobre o tema. Mas em uma live ao lado dos filhos Flávio, Carlos e Eduardo no domingo (28/1), o ex-presidente Jair Bolsonaro negou que tenha criado uma "Abin paralela" para espionar adversários.




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