A avaliação positiva do trabalho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) caiu seis pontos percentuais, segundo a pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 25. Em agosto, 60% dos brasileiros avaliaram de forma positiva o trabalho do petista. Hoje, o percentual caiu para 54%. A desaprovação subiu de 35% para 42%, e se igualou ao maior patamar desde o início da série histórica, iniciada em fevereiro deste ano.
Na maioria dos grupos pesquisados a avaliação positiva caiu e a negativa subiu. Destaque para o recuo da avaliação no Nordeste, que caiu para 68% e ficou pela primeira vez abaixo da casa de 70%, entre as mulheres, que passou de 60% para 55%, e entre a população preta, queda de 10% em relação ao levantamento de agosto. Pela primeira vez, a desaprovação de quem votou em Lula chega a quase 10, e depois de três rodadas a avaliação negativa voltou a crescer no eleitorado que votou em Bolsonaro.
Na avaliação de Felipe Nunes, sócio-fundador da Quaest Pesquisa e Consultoria, a queda generalizada na avaliação reforça que o governo não tem sido capaz de dialogar para fora da sua base. "A polarização mantida e resultados econômicos fracos prejudicam a imagem do governo", diz à EXAME.
Após o avanço sobre a população evangélica, o governo Lula vê a avaliação negativa ser maior que a positiva pela segunda vez na pesquisa. Em agosto foi 50% de aprovação e 46% de desaprovação. Hoje, o percentual negativo foi de 52% e o positivo de 44%. Os grupos de pessoas que recebam mais que cinco salários-mínimos e com ensino superior incompleto ou mais também avaliam de forma negativa o trabalho de Lula.
Entre os principais fatores apontados na pesquisa que explicam a queda na avaliação do governo estão o aumento da percepção da população que o país não está no caminho certo, a posição brasileira na guerra entre Israel e Hamas e as viagens internacionais de Lula. O percentual de pessoas que ouviram mais notícias negativas sobre o governo superou pela primeira vez quem ouviu boas notícias, 36% contra 34%. "O governo que tem cometido consecutivos ‘pequenos’ erros: enchentes no sul, viagens demais, paralisação da agenda no congresso…", afirma Nunes.
Nas perguntas do levantamento que abordam a economia do país, é possível observar um aumento de percepções negativas. O percentual de pessoas que acham que a economia piorou nos últimos 12 meses subiu 9%, passando de 23% para 32%. Os números de quem achou que melhorou e de quem opinou que não mudou nada permaneceram o mesmo em relação ao levantamento anterior.
A maioria da população disse que nos últimos meses os preços dos alimentos, das contas e combustíveis subiram. Além disso, 47% acreditam que a inflação vai subir nos próximos meses e 40% que o desemprego vai aumentar.
A pesquisa Genial/Quaest realizou 2.000 entrevistas pessoalmente em municípios de todas as regiões do país, entre os dias 19 e 22 de outubro. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança do levantamento é de 95%.