O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) presta um novo depoimento à Polícia Federal nesta quarta-feira, 12, nas investigações que envolvem o senador Marcos do Val (Podemos-ES), que estruturou e divulgou uma suposta trama de golpe de estado.
Este será o quarto depoimento de Bolsonaro à PF desde que deixou a presidência da República. A oitiva está marcada para Às 14h. A investigação preliminar sobre o caso Marcos Do Val foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, em fevereiro.
O processo apura uma suposta trama golpista articulada pelo senador e o ex-deputado Daniel Silveira. Eles teriam discutido o plano com Bolsonaro no fim do ano passado, enquanto ainda era presidente.
A primeira versão do plano divulgado pelo senador consistia em tentar gravar o ministro Alexandre de Moraes e induzi-lo a falar algo que pudesse gerar alguma nulidade no processo eleitoral de 2022. Do Val disse que utilizaria equipamentos do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) para captar as falas do ministro do Supremo.
Do Val mudou a versão da história diversas vezes. No pedido de instauração do processo, Moraes afirma que o senador apresentou quatro versões "antagônicas" sobre os "fatos por ele divulgados", e que, por isso, era preciso investigar os crimes de falso testemunho, denunciação caluniosa e coação no curso do processo.
Marcos do Val prestou depoimento em fevereiro e teria dito que o ex-presidente não demonstrou contrariedade ao plano golpista. Ao comentar o seu depoimento, o senador afirmou que apresentou apenas uma versão sobre o encontro à PF.
Em junho, por ordem expedida por Moraes, o senador pelo Espírito Santo foi alvo de um mandado de busca e apreensão, teve um celular apreendido e a conta no Twitter bloqueada. O gabinete dele no Senado e endereços ligados a ele no Espírito Santo passaram por uma varredura.
Bolsonaro deve ser questionado se participou das reuniões com Do Val e Silveira e qual a sua participação no plano. De janeiro até agora, o ex-presidente foi intimado para esclarecer seu envolvimento no caso das joias oferecidas pela Arábia Saudita, nas fraudes no cartão de vacinação dele e dos familiares e sobre os atos antidemocráticos do 8 de janeiro.