Em uma semana decisiva, o governo federal liberou um montante de R$ 7,4 bilhões em emendas parlamentares. O valor, empenhado apenas na primeira semana de julho, foi o maior liberado pela gestão petista em um mês desde o início do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Na fase de empenho, o governo federal reserva os recursos, antes da liberação. A etapa aconteceu na véspera da possível votação em primeiro turno, na Câmara, da reforma tributária.
O repasse recorde ocorreu em meio a uma semana decisiva para o governo federal e na qual a Câmara dos Deputados aprovou em dois turnos a reforma tributária, na noite de quinta-feira (6).
Ao todo, em 2023, o governo federal empenhou R$ 15,1 bilhões em emendas parlamentares. Apesar do alto custo nominal, o valor representa um percentual de 41,3% do orçamento reservado para este ano, ou seja, menos da metade do disponível.
Do total empenhado, R$ 9,58 bilhões foram pagos efetivamente. A demora na liberação dos recursos é uma das principais reclamações da base aliada no Congresso Nacional contra a articulação política do Palácio do Planalto.
O governo federal vinculou a liberação das emendas parlamentares a votações de interesse da gestão petista. Em março e abril, por exemplo, foram liberados R$ 212 milhões e R$ 97 milhões, respectivamente. Os montantes foram pequenos na comparação aos meses seguintes, já que não havia pautas estratégicas em tramitação.
Em maio, no entanto, quando foi aprovado o arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados, o governo federal autorizou um repasse de R$ 4,5 bilhões em emendas. Em junho, quando foi aprovada a medida provisória de reestruturação ministerial, o valor liberado foi de R$ 2,7 bilhões.
De janeiro a julho do ano passado, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), o Poder Executivo já havia liberado R$ 21,9 bilhões em emendas parlamentares. Isso representava 63,4% do valor total reservado para 2022.
Com o apoio do bloco do centrão à reforma tributária, a expectativa no Congresso Nacional é de que o ritmo de liberação de emendas parlamentares seja agilizado no segundo semestre deste ano.