Em encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Londres, o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, anunciou nesta sexta-feira (5/6) que o Reino Unido vai contribuir para o Fundo Amazônia, hoje financiado por Noruega, Alemanha e Estados Unidos.
Mais tarde, pelo Twitter, Sunak detalhou o anúncio, afirmando que o valor será de 80 milhões de libras (cerca de R$ 500 milhões).
Lula e Sunak se encontraram a portas fechadas em Downing Street, residência oficial e escritório do premiê britânico.
O petista está no Reino Unido para a coroação do rei Charles 3º, que acontece neste sábado (6/5).
Segundo Sunak, "além de futebol, temos muito em comum. Tenho prazer de anunciar nesta ocasião que vamos investir no Fundo Amazônia. Prazer muito grande tê-lo aqui".
Por sua vez, Lula afirmou que sua ida ao Reino Unido, além da coroação, seria um gesto para "restabelecer a normalidade na relação Brasil-Reino Unido".
"Temos boas relações, mas certamente é muito pouco na relação comercial".
"O país ficou isolado por seis anos. Nós agora queremos retomar primeiro a discussão comercial, na qual há possibilidades enormes de crescer o fluxo".
"Segundo, a questão climática. O Brasil tem grandes reservas e tem participado de encontros de clima e compromisso de ter desmatamento zero na Amazônia até 2030".
"E o que tenho falado para todas os países ricos é para que cumpram os acordos firmados nas edições da COP. Os países mais pobres precisam de ajuda para manter suas florestas de pé. Estou muito otimista e agradecido de estar aqui. Essa bilateral é muito importante para nós", acrescentou Lula.
O Reino Unido é o quarto país a contribuir para o Fundo Amazônia.
Em abril deste ano, os Estados Unidos anunciaram que contribuiriam com US$ 500 milhões (R$ 2,5 bilhões) para o fundo.
A Noruega permanece sendo a maior financiadora.
Lançado em 2009, o Fundo Amazônia foi criado pelo país nórdico para combater o desmatamento e estimular o desenvolvimento sustentável.
O fundo foi reativado em janeiro deste ano, após o início do terceiro mandato de Lula — ele havia sido suspenso no primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro (PL) porque Alemanha e Noruega, principais doadores, discordaram do modelo de administração.
De 2019 a 2022, o desmatamento na Amazônia aumentou quase 60% em relação aos quatro anos anteriores.