O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), já fez chegar à cúpula do governo Lula que duas medidas na área econômica têm chance zero de aprovação pelos deputados: as reversões da independência do Banco Central e da privatização da Eletrobras.
Ao mesmo tempo em que se comprometeu com a tramitação do novo marco fiscal, Lira alertou o Palácio do Planalto sobre a indisposição da Câmara em discutir esses dois assuntos, segundo seus interlocutores.
A diretoria do BC e em especial seu presidente, Roberto Campos Neto, estão sob críticas do PT diante da manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano. Lula já chegou a colocar em xeque a independência da autoridade monetária, deixando em aberto a possibilidade de rever o modelo quando terminar o mandato de Campos Neto.
No caso da Eletrobras, em entrevista ao portal Brasil 247 na semana passada, Lula tratou a privatização da Eletrobras como “crime de lesa-pátria” e afirmou: “Não vai ficar por isso”.
“Estamos entrando na Justiça contra a votação do peso do governo na direção da empresa e o preço pelo qual foi vendida”, disse o presidente.
Embora tenha reduzido sua participação acionária na gigante do setor elétrico, o governo continua como dono de quase 41% da companhia, mas o direito a voto de todos os acionistas — incluindo o da União — é limitado a 10%.