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Comitiva de empresários brasileiros na China tem visita a empresas e sede do Tiktok

Mais de 200 representantes de empresas brasileiras estarão na comitiva que viaja com Lula à China; agenda inclui um fórum econômico e visita a empresas locais

Publicada em 23/03/23 às 20:40h - 93 visualizações

por Kativa FM \\ Exame


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Prédio da ByteDance: empresários brasileiros visitarão a sede da companhia dona do TikTok (VCG/VCG/Getty Images)  (Foto: Kativa FM \\ Exame)
A agenda do grupo que viaja com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China inclui um fórum econômico com empresários chineses e visitas a companhias locais, como a ByteDance, dona do aplicativo de vídeos Tiktok.

Mais de 200 representantes de empresas brasileiras devem estar na viagem de Lula, que embarca no sábado, 25. O itinerário da comitiva inclui eventos organizados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) e associações como a Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Na programação para os empresários presentes está o "Fórum Econômico Brasil-China", na quarta-feira, 29 de março. Haverá discussão sobre temas de comércio e inovação, perspectivas para investimentos e transição energética e descarbonização, segundo a programação oficial obtida pela EXAME.

No fim da semana, estão programadas ainda visitas técnicas da missão empresarial na China, entre os dias 28 e 30 de março. Estão previstas visitas a empresas como:

  • Alibaba, gigante chinês de e-commerce dono de empresas como a AliExpress;
  • Freshippo, divisão de supermercados da Alibaba;
  • Tuspark, de construção de parques empresariais;
  • ByteDance, dona da rede social de vídeos TikTok (e de sua versão chinesa, o Douyin);
  • Kwai, rival do TikTok no segmento de vídeos curtos;
  • visita à área da Zhongguancun Science City, chamada de o "Vale do Silício" da China, e ao mixC Shopping Mall, considerado uma das mais modernas estruturas de shoppings centers da China.

Qual é a agenda de Lula na China

Lula fica na China até o dia 31 de março, e estará ao lado de ministros como o chefe da Fazenda, Fernando Haddad, e da Agricultura, Carlos Fávaro. É a terceira viagem à China do presidente brasileiro, que já visitou o país em 2004 e 2009, quando o mandatário era ainda o ex-presidente Hu Jintao.

Na agenda principal de Lula, divulgada pelo Planalto, estão previstos encontros com autoridades políticas chinesas e assinatura de pelo menos 20 acordos com o governo chinês.

Na terça-feira, 28, acontece o ponto alto da viagem, com um encontro entre Lula e o atual presidente chinês, Xi Jinping. Lula também se encontra com o primeiro-ministro da China, Li Qiang, e o presidente da Assembleia Popular Nacional, Zhao Leji.

"A pauta bilateral irá envolver comércio, investimentos, reindustrialização, transição energética, mudanças climáticas, acordos de cooperação e paz", disse o Planalto em nota.

Lula será o primeiro chefe de Estado recebido por Xi Jinping desde que o presidente chinês foi reeleito para um terceiro mandato pelo Parlamento do país, em março. Dias antes de receber Lula, Xi estava em viagem à Rússia, sua primeira após a reeleição, onde se encontrou com o presidente russo, Vladimir Putin — em uma viagem que levantou questionamentos de potências do Ocidente.

Durante a semana, Lula também participa de algumas das agendas com empresários, organizadas pelo MDIC e associações empresariais presentes na viagem.

Na quinta-feira, 30, o presidente brasileiro viaja da capital Pequim até Xangai, para visitar o Novo Banco de Desenvolvimento. A instituição foi criada pelos países dos Brics (grupo que inclui Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul), com o objetivo de fomentar projetos nos países em desenvolvimento.

Quais empresários vão à China com Lula

Ao todo, mais de 200 representantes de 140 setores da economia brasileira estarão na delegação brasileira que visita a China. O Planato informou que os custos da viagem são pagos pelas empresas individualmente.

Na lista de representantes estão infraestrutura, bancos, agronegócio, proteína animal, setor de alimentos, roupas e calçados, além de inovação digital, segundo apurou o Estadão. Constam entre as empresas na comitiva nomes como JBS e Marfrig, que atuam na exportação de carne para a China, Vale, de quem a China é ampla compradora de minérios, a Embraer, de aeronaves, a Suzano, de papel e celulose, além de bancos como Bradesco e Marka.

A China é a maior parceira comercial do Brasil desde 2009.

Desde a primeira visita de Lula, em 2004, o volume comercializado entre os dois países aumentou em 21 vezes, chegando a US$ 150,4 bilhões no ano passado.

Em 2022, o Brasil vendeu à China US$ 89,7 bilhões em produtos brasileiros, o equivalente a 27% das exportações nacionais. Os produtos mais vendidos pelo Brasil à China foram soja (36% do total), minério de ferro (20%) e óleos brutos de petróleo (18%), de acordo com dados do MDIC.

O Brasil, por sua vez, comprou US$ 60,7 bilhões em produtos chineses. Enquanto as vendas do Brasil estão concentradas na agropecuária e indústria extrativa, as compras brasileiras dos chineses se resumem a produtos da indústria da transformação, com liderança de válvulos e tubos termiônicos (11%), alguns tipos de compostos e ácidos (8%) e equipamentos de telecomunicações (7%).

Às vésperas da viagem, China autoriza carne brasileira

Às vésperas da visita de Lula e da comitiva brasileira, um dos destaques foi a autorização para retorno da venda de carne brasileira à China, após 29 dias de suspensão. A paralisação havia ocorrido por autoembargo do Brasil em virtude das preocupações sobre o chamado "mal da vaca louca". Autoridades sanitárias anunciaram nesta quinta-feira, 23, que as medidas de prevenção do Brasil estão em conformidade com as regras de quarentena locais.

Em 2 de março, houve confirmação de que a doença detectada em um animal no Pará ocorreu de forma espontânea, isto é, sem risco de disseminação. A comprovação, somada à missão de uma equipe do Ministério da Agricultura que está na China nesta semana, antes da viagem presidencial, abriu caminho para a retomada. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, comemorou a reabertura pelas redes sociais e declarou que a volta das vendas de carne abre caminho para outras autorizações para o Brasil.

Só em carne bovina congelada ou refrigerada, o Brasil vendeu aos chineses US$ 8 bilhões em 2022, quase 9% de todas as exportações do país. O valor foi o dobro do que havia sido comercializado no ano anterior.




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