O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, afirmou, nesta sexta-feira (3), que o senador Marcos Do Val (Podemos-ES) não quis formalizar uma denúncia contra o ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Nesta quinta-feira (2), o senador declarou ter participado de uma reunião com Silveira e Bolsonaro, em Brasília, na qual o ex-parlamentar propôs um plano de golpe de Estado.
“Eu indaguei ao senador se ele reafirmaria isso e colocaria no papel, que eu tomaria imediatamente o depoimento dele. O senador me disse que isso era uma questão de inteligência e que infelizmente não poderia confirmar”, disse o ministro durante participação virtual em uma conferência do Lide em Lisboa.
“Então eu levantei, me despedi do senador, agradeci a presença – até porque, o que não é oficial, para mim, não existe”, acrescentou.
Moraes também ridicularizou a ideia proposta por Silveira e relatada por Do Val.
“A ideia genial que tiveram foi colocar uma escuta no senador para que o senador – que não tem nenhuma intimidade comigo, conversei três vezes na vida com ele – pudesse me gravar e, a partir dessa gravação, solicitar a minha retirada da presidência do TSE”, declarou.
O ministro classificou o plano como “uma tentativa de operação Tabajara, que mostra exatamente o quão ridículo chegamos a uma tentativa de um golpe no Brasil”, completou.
Moraes pontuou que, nesta quinta, determinou a oitiva de Marcos Do Val, que prestou depoimento à Polícia Federal (PF).
“As investigações por parte da PF seguirão para que possamos analisar a responsabilidade de todos aqueles que se envolveram na tentativa de golpe”, concluiu.