Após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de "desocupação e dissolução total" em 24 horas dos grupos instalados nas "imediações dos Quartéis Generais", autoridades policiais começaram a dissipar acampamentos em diversos estados do país.
A determinação do STF aconteceu após os atos de vandalismo em Brasília deste domingo, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal.
Até o momento, 291 pessoas foram presas envolvidas no atentado antidemocrático, incluindo três adolescentes. A lista total de prisões está sendo revista a todo instante, tendo em vista os mais de 1,2 mil manifestantes golpistas detidos esta manhã e encaminhados para triagem policial.
Veja a situação nos estados:
No Distrito Federal, agentes da Polícia Militar do DF e da Força Nacional de Segurança chegaram por volta das 7h. Os bolsonaristas, que estavam com as barracas instaladas em frente ao QG do Exército, foram informados de que teriam 1 hora para deixar o espaço. Após o aviso, parte do grupo começou a deixar o local pacificamente com mochilas, sacolas, barracas, cadeiras e travesseiros nas mãos, sem confronto com os policiais. Os militares também desmontaram barracas de integrantes que se recusaram a sair.
No Rio de Janeiro, até a manhã desta segunda-feria o clima era de tranquilidade. Cerca de 40 pessoas se reuniram em barracas montadas na frente do prédio do Comando Militar do Leste (CML), na Praça Duque de Caxias, Central do Brasil, e aguardavam orientações. O espaço, todo cercado por caixotes de madeira, tinha uma cancela para acesso, onde "guardiões" identificavam quem chegava. Lá havia também um paraquedas inflado, indicando a presença de militares reformados no grupo.
Após negociações com oficiais do Exército, os manifestantes concordaram em deixar o local. A desmobilização começou por volta das 10h. Um fotógrafo da Folhapress foi agredido por parte do grupo e impedido de trabalhar, mas não houve confronto com os agentes de segurança.
O desmonte dos acampamentos bolsonaristas radicais em São Paulo ocorrerá nesta segunda-feira em uma ação conjunta do governo paulista com a prefeitura de São Paulo. A gestão municipal irá fornecer equipes para a remoção de barracas e demais itens dos apoiadores radicais do ex-presidente, instalados em frente ao Comando Militar do Sudeste, ao lado da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Além da Guarda Municipal de São Paulo, Nunes colocou à disposição do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) caminhões e equipes de limpeza para atuarem no local.
O acampamento de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro foi desmontado na última sexta-feira. A retirada aconteceu após um fotógrafo do jornal Hoje em Dia, de Belo Horizonte, ser agredido no local. Durante a agressão, ele tentou se proteger atrás de um carro, mas foi arrastado pelo chão e agredido com socos e pauladas. Sua câmera também foi roubada.
Na hora da retirada, cerca de 100 manifestantes estavam no acampamento. Alguns deles choraram e rezaram durante a ação dos agentes de segurança. Houva ainda uma tentativa de resistência, mas foi coibida pela Guarda Municipal.
Em Maceió, capital do estado de Alagoas, o grupo que ocupava o canteiro da Avenida Fernandes Lima, deixou o local por volta das 10h30 desta segunda-feira. Para facilitar a retirada de tendas, barracas e retirar alimentos e outros pertences, a Polícia Militar bloqueou uma das faixas da avenida. A ordem de desmobilização partiu do governador Paulo Dantas (MDB), após decisão do STF.
Cinco pessoas foram detidas após resistirem à operação para desmobilizar o acampamento bolsonarista instalado em frente ao 2º Batalhão de Infantaria e Selva, em Belém. O grupo de manifestantes ocupava uma das faixas da avenida Almirante Barroso, principal via de entrada da capital.