O presidente da República eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), deverá anunciar nesta quinta-feira (29) os titulares dos 16 ministérios que ainda seguem indefinidos para o próximo governo, que terá início no próximo domingo (1º).
Conforme anúncio do futuro ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, o terceiro governo do petista terá 37 ministérios. O número é 60% maior do que a atual configuração da Esplanada, com 23 pastas. Até o momento, 21 nomes foram confirmados.
O MDB deve ficar com três pastas. Uma delas será liderada pela senadora Simone Tebet (MS), que, após dias de negociações, sinalizou a aliados que aceitou comandar o Ministério do Planejamento.
Nesta quarta-feira (28), Lula se reuniu com a cúpula do MDB e bateu o martelo sobre outros dois nomes do partido que irão compor o próximo governo.
Segundo a analista de política da CNN Thaís Arbex, a legenda confirmou os nomes de Jader Filho e Renan Filho para as pastas dos Transportes e das Cidades, respectivamente.
Outros três ministérios devem ser designados para representantes do PSD. Entre os cotados estão o senador Alexandre Silveira (MG), o senador Carlos Fávaro (MT) –ligado ao agronegócio– e o deputado federal Pedro Paulo (PSD-RJ), que é próximo ao prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.
Silveira disputou reeleição ao Senado Federal por Minas Gerais, em outubro, mas foi derrotado para Cleitinho Azevedo (PSC).
A possibilidade de Silveira ser contemplado em uma pasta é considerada um reconhecimento do apoio do PSD a Lula em Minas Gerais, onde ele obteve vitória sobre Jair Bolsonaro (PL).
O PSD é comandado pelo ex-prefeito da capital paulista Gilberto Kassab, que, apesar da aproximação do partido com Lula, será secretário de Governo em São Paulo na gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Já o União Brasil deverá comandar duas pastas na futura configuração da Esplanada dos Ministérios. O partido, criado neste ano, é resultado da fusão do DEM com o PSL –legenda pela qual, em 2018, Bolsonaro foi eleito presidente.
Um dos cotados do partido para integrar o governo Lula foi o deputado federal Elmar Nascimento (BA). O nome dele, porém, passou a ser refutado pelos petistas pelo fato de o parlamentar ter criticado Lula durante o segundo turno da campanha presidencial.
Elmar é aliado do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). A sua nomeação no primeiro escalão seria tanto um aceno ao União Brasil como ao dirigente da Casa Legislativa.
Diante da repercussão negativa da declaração, dirigentes petistas defendem que outro nome comande o Ministério da Integração Nacional. O governador do Amapá Waldez Góes (PDT-AP) deve ser o indicado. Ele também tem a chacela de Lira.
Dessa forma, a saída deve ser pelo PDT, mas com nome ligado ao senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que também estaria disposto a assumir a vaga, em caso de resistência ao nome de Góes.
Se confirmado, o governador do Amapá poderia mudar de partido e ir para o União Brasil.
A deputada federal Professora Dorinha (TO) também é cotada para a pasta.
Lula também está sendo pressionado para escolher um ministro evangélico. Há pedidos para ocupar Turismo e Pesca, por exemplo, segundo apuração da analista de política da CNN Basília Rodrigues.
O momento é considerado delicado por lideranças religiosas, com quem a CNN conversou, que ainda não receberam acenos do novo governo de que haverá um evangélico no primeiro escalão e dizem que isso poderá influenciar no relacionamento com Lula.
Duas mulheres devem ser escolhidas pelo presidente eleito para comandar a Caixa e o Banco do Brasil. Conforme relatos de dirigentes petistas à CNN, Lula considera Maria Fernanda Coelho para o comando da Caixa.
Maria Fernanda já presidiu a Caixa e foi ministra do Desenvolvimento Agrário em 2016, no final do governo de Dilma Rousseff.
Para o Banco do Brasil, a nova gestão avalia dois nomes, segundo dirigentes petistas: a administradora Taciana Medeiros, que atuou na Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros), e a executiva Ana Cristina de Vasconcelos, do BB Previdência.