O Senado Federal registrou 11 denúncias de assédio sexual nos últimos três anos. Só em 2019, foram 7 casos. Já em 2022, até o mês de junho, apenas uma denúncia foi feita.
De acordo com a Casa, dentre os casos suspeitos, alguns se convertem em denúncia, então esses números não podem ser somados. Veja a tabela a seguir:
O Senado afirma que promove iniciativas que visam conscientizar sobre a importância de prevenir e combater o assédio, por meio da atuação do Comitê Permanente pela Promoção da Igualdade de Gênero e Raça. "Destacam-se palestras, rodas de conversa e de leitura, campanhas e a distribuição de materiais informativos, além da criação do Curso de Assédio Moral e Sexual, disponível para o público interno e externo", informou a assessoria de imprensa da Casa.
Já na Câmara dos Deputados, seis denúncias foram registradas desde 2015. Três casos envolveram servidores efetivos e um caso é ligado a um congressista não informado.
Segundo a Câmara, há cerca de 350 proposições em tramitação para o combate ao assédio sexual. "A instituição conta ainda com a Secretaria da Mulher, cuja Procuradoria da Mulher orienta sobre como denunciar os diversos tipos de violência contra o gênero feminino. Há também a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, instituída em caráter permanente, que fiscaliza, debate e legisla sobre assuntos referentes à preservação dos direitos femininos", informou.
Assédio na administração pública
A administração pública no Brasil recebeu 903 denúncias de assédio sexual ou moral no primeiro semestre de 2022. O dado foi registrado por meio do Sistema Informatizado de Ouvidorias (e-Ouv). Segundo painel da Controladoria-Geral da União (CGU) que reúne as manifestações feitas diariamente, por esse meio, o número configura um recorde para o período na série histórica, iniciada em 2014. Em comparação com os primeiros seis meses de 2021, quando houve 479 denúncias, a alta foi de 88,5%.
Mesmo separando as denúncias por esfera (federal, estadual e municipal), o primeiro semestre de 2022 supera o de todos os outros anos da série.
No total, desde 2014, a administração pública recebeu 4.408 denúncias de assédio sexual ou moral pelo e-Ouv, sendo 3.636 na esfera federal, 498 no estadual e 274 na municipal.
Casos na Caixa Econômica
Após denúncias de assédio sexual, o ex-presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, deixou o cargo no último dia 29 de junho. Um grupo de funcionárias do banco relataram comportamento inapropriado de Guimarães, entres eles, toques íntimos e convites a locais fora do ambiente profissional, como saunas.
A nova presidente da Caixa, Daniella Marques, prometeu rigor na apuração de denúncias de assédio dentro do banco. "Hoje a gente começa, juntos, a escrever um novo capítulo nesses 161 anos de história", disse.
Daniella afirmou ainda que abriria um canal de diálogo exclusivo para mulheres, diretamente com ela, "onde todas as empregadas da Caixa, são 35 mil mulheres, serão acolhidas, ouvidas e protegidas".