Que as mulheres não têm os mesmos direitos, proteções e não se sentem seguras igualmente em todos os países do mundo é um fato. Porém, quais são os lugares do mundo onde é possível para elas terem mais segurança, liberdade e equidade? Celebramos mais um Dia Internacional das Mulheres, no dia 8 de março, e é importante descobrir em quais países esses índices são mais positivos no planeta.
A National Geographic traz os resultados globais baseados em duas importantes e respeitadas pesquisas: o “Índice de Paz e Segurança das Mulheres 2023/2024”, do Georgetown Institute for Women, Peace and Security da Universidade de Georgetown (Estados Unidos), que classifica 177 países em termos de inclusão, justiça e segurança para as mulheres. E ainda, conta com os dados do “Índice Global da Paz”, do Institute for Economics & Peace, que faz uma análise de paz e criminalidade em geral de 163 países e da pesquisa Global Gender Gap Report, realizada pelo Fórum Econômico Mundial.
Em que lugar uma mulher pode se sentir segura sozinha, quais são os locais menos violentos ou onde elas têm as mesmas liberdades e direitos que os homens? Algumas das principais questões dos relatórios observam ausência de discriminação legal, acesso à justiça, violência doméstica, segurança comunitária, violência política contra mulheres e proximidade de conflitos, entre outros fatores.
Veja, a seguir, qual é o país mais seguro para as mulheres no mundo e os demais locais melhores colocados nesse ranking de segurança e paz.
Quem lidera a lista dos países mais seguros para as mulheres em diferentes fatores é a Dinamarca, com uma nota de 0.932. O relatório da Universidade de Georgetown combina os resultados dos indicadores e das dimensões para gerar a pontuação de um país, entre 0 e 1, sendo que os mais próximos de 1 são os mais seguros e os mais próximos de 0 são os menos seguros.
É importante observar que, de acordo com o “Índice de Paz e Segurança das Mulheres”, com apenas 0.286, na ponta oposta do ranking está o Afeganistão – que é considerado o país mais inseguro do mundo atualmente para as mulheres, por conta de guerras, violência e o regime autoritário e restritivo para a população feminina.
A Dinamarca conquistou o 1º lugar em relação à segurança e paz e, curiosamente, também sempre figura como um dos países mais felizes do mundo por quase uma década (ficou em 2º lugar na pesquisa de 2024).
Desde 2019, o país é governado por uma primeira-ministra, Mette Frederiksen, sendo que ela já foi Ministra da Justiça e do Emprego em governos anteriores. O país obteve a pontuação mais alta em acesso à justiça e uma das mais altas em ausência de discriminação legal, além de ser um dos 14 países com um código legal totalmente igualitário em termos de gênero.
Os países que lideram os rankings de segurança e paz das duas pesquisas citadas estão no grupo de países desenvolvidos. Sendo que dentro do recorte feminino feito pelo instituto da Universidade de Georgetown, os cinco países nórdicos estão entre os dez primeiros do ranking.
No ranking com base na pesquisa focada na segurança e paz das mulheres, o país europeu que ficou na 2ª colocação foi a Suíça com uma pontuação de 0.928 (sendo que no índice geral de paz está em 6º). Um fato que pode explicar esse enfoque positivo na segurança feminina de várias formas é o país ter tido diversas mulheres como líderes nos últimos anos.
A primeira mulher presidente da Suíça foi eleita em 1999, e houve outras sete desde então. A partir de 2019, o parlamento da Suíça teve mais mulheres eleitas do que nunca, e uma lei foi aprovada em 2019 para exigir que 30% dos cargos nos conselhos de administração e 20% dos conselhos executivos sejam ocupados por mulheres. A atual presidente da Confederação Suíça é uma mulher: Karin Keller-Sutter (desde janeiro de 2025).
Vista panorâmica no verão da Cidade Antiga, conhecida como Gamla Stan, em Estocolmo, na Suécia - um dos países mais seguros para as mulheres.
Em 3º lugar um outro país nórdico: a Suécia. O país ficou logo atrás da Dinamarca em termos de inclusão da mulher na sociedade e justiça, ficando no ranking geral de segurança das mulheres com a nota 0.926. Sendo que por outra pesquisa, a World Population Review, classificou a Suécia como como o principal país autodeclarado feminista de 2024, citando que 46% das mulheres locais se consideram feministas.
Atualmente considerado o país “mais feliz” do mundo é também o 4º mais seguro para as mulheres, a Finlândia – com pontuação 0.924. Dentro desse “Índice de Paz e Segurança das Mulheres”, além da segurança, a Finlândia também está muito bem classificada em termos de paridade de gênero na educação.
A Finlândia tem uma longa tradição de mulheres politicamente ativas, sendo que foi o primeiro país do mundo a permitir a participação de mulheres no parlamento, em 1906, como afirma o site oficial do governo do país.
Apesar de figurar em 1º lugar no “Índice Global da Paz”, na pesquisa enfocada na segurança das mulheres feita pelo Georgetown Institute for Women, Peace and Security a Islândia ficou na 5ª colocação, com nota igual a da Finlândia e detalhes que diferenciam os dois países.
A Islândia é um dos país mais feministas e com maior igualdade de gênero do mundo, estando nesse posto nos últimos 15 anos de acordo com o Global Gender Gap Report – sendo também o único país que já obteve pontuação superior a 90% nesse relatório. Desde dezembro de 2024, tem como primeira-ministra uma mulher: Kristrún Frostadóttir.
Além disso, foi também o primeiro país a eleger democraticamente uma mulher como presidente, Vigdís Finnbogadóttir, em 1980.
Os demais países que compõem o Top 10 do “Índice de Paz e Segurança das Mulheres 2023/2024” são respectivamente: Luxemburgo (com nota empatada a de Finlândia e Islândia), Noruega (0.920), Áustria (0.911), Países Baixos (0.908) e Nova Zelândia (0.904).
Já entre os cinco países mais perigosos e inseguros para as mulheres no mundo, além do último colocado já citado (Afeganistão), estão ainda em ordem decrescente: Iêmen (no Oriente Médio), República Centro-Africana, República Democrática do Congo e o Sudão do Sul (todos no continente africano).