Estarão presentes representantes de alto nível, incluindo presidentes, dos países associados ao bloco. São eles Bolívia, Colômbia, Peru e Equador. A Venezuela é membro pleno do Mercosul, mas está suspensa desde 2016, por ruptura dos princípios democráticos e inadequação às normas técnicas.
O evento deverá ter como pontos fortes a adesão da Bolívia como membro pleno do bloco e uma declaração conjunta pedindo que as eleições presidenciais na Venezuela, marcadas para o próximo dia 28, sejam livres, transparentes e aceitas por todos.
A realização de novos acordos do Mercosul, como o que acaba de ser fechado com a Palestina, com produtos entrando com tarifa zero no Brasil, na Argentina, no Paraguai e no Uruguai, será destaque na cúpula. Além disso, o bloco já conversa com Japão, El Salvador, Panamá, República Dominicana e Emirados Árabes Unidos, e tenta concluir tratados com a União Europeia e o Efta, bloco formado por Áustria, Dinamarca, Noruega, Portugal, Suécia, Suíça e Reino Unido.
Acordos em separado
Outro assunto que poderá ser levantado, pelo Uruguai, diz respeito à possibilidade de se negociar acordos em separado dos demais sócios do Mercosul. No governo Bolsonaro, o Brasil não se opôs que isso acontecesse entre uruguaios e chineses. Agora, com Lula, vale a premissa de que a conversa e a realização de tratados devem levar em consideração todos os membros do bloco.
Entre os atos que poderão ser assinados, um deles consiste na facilitação do ingresso de cidadãos do Mercosul nos países do bloco, com menos burocracia nos postos de fronteira. Também são previstos acordos nas áreas cultural, financeira e prevenção de desastres.
Após a Cúpula do Mercosul, Lula seguirá para Santa Cruz de la Sierra. Em uma visita de Estado, na terça-feira, ele vai se reunir com o presidente da Bolívia, Luis Arce, discutirá acordos em energia e infraestrutura e vai se solidarizar com o líder boliviano, que enfrentou a tentativa de um golpe de Estado por militares.
Lula tentará convencer Arce a se reaproximar do ex-presidente Evo Morales. Os dois têm brigado publicamente, e esse enfraquecimento da esquerda no país, na avaliação do governo brasileiro, poderá abrir as janelas para novas tentativas de golpe.