O número de mortos nos bombardeios de Israel contra uma zona humanitária de Rafah, cidade ao sul da Faixa de Gaza e na divisa com o Egito, subiu para 45, segundo as últimas informações da Defesa Civil da Faixa de Gaza, que é controlada pelo grupo terrorista Hamas, nesta segunda-feira, 27.
Os militares israelenses afirmaram, no entanto, que a sua força aérea atacou um complexo do Hamas na cidade e que o ataque foi realizado com "munições precisas e com base em informações precisas". "As Forças de Defesa de Israel têm conhecimento de relatórios que indicam que, como resultado do ataque e do incêndio que foi desencadeado, vários civis na área foram feridos. O incidente está sob avaliação", postou a conta do órgão israelense no X.
À AFP, um funcionário da agência de Defesa Civil palestina, Mohammad al-Mughayyir, disse que o massacre nas tendas de refugiados no noroeste de Rafa provocou 40 'mártires' e 65 feridos. "Nós vimos corpos carbonizados... Também vimos casos de amputações, crianças, mulheres e idosos feridos", disse.
O funcionário afirmou ainda que os trabalhos de emergência enfrentam grandes desafios, como a escassez de combustível e a destruição de estradas. Falta, inclusive, água para apagar os incêndios, disse Mohammad al-Mughayyir.
O governo do Egito condenou o que chamou de "bombardeio deliberado das forças israelenses contra tendas de deslocados" na cidade ao sul de Gaza. Em comunicado, o ministro egípcio das Relações Exteriores pediu que Israel "aplique as medidas determinadas pela Corte Internacional de Justiça (CIJ) no que diz respeito ao fim imediato das operações militares" em Rafah.
O bombardeio em Rafah
O ataque foi conduzido após o Hamas lançar uma série de foguetes contra o centro de Israel, acionando sirenes na área de Tel-Aviv pela primeira vez desde janeiro. O bombardeio provocou um incêndio que se alastrou rapidamente pelas tendas.
Segundo o The Washington Post, a parte da cidade de Rafah atingida estava fora da área de retirada obrigatória determinada por Israel, tendo sido sido designada como zona humanitária para onde moradores deveriam buscar abrigo antes de uma ofensiva terrestre preparada por Israel.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha afirmou que seu hospital de campanha em Rafah recebeu pacientes procurando tratamento para queimaduras e outros ferimentos. A Autoridade Palestina acusou Israel de atacar deliberadamente o campo de deslocados e o Hamas pediu que os palestinos "se levantassem e marchassem contra o massacre do Exército israelense em Rafah".