O grupo terrorista Estado Islâmico reivindicou a autoria de um ataque a tiros em uma casa de shows de Moscou, na noite desta sexta-feira, 22, que deixou pelo menos 137 mortos e mais de 100 feridos.
Na mensagem, divulgada pela agência Amaq, associada ao grupo, o Estado Islâmico afirma que "um grande agrupamento de cristãos foi atacado na cidade de Krasnogorsk, nos arredores da capital russa, Moscou, matando e deixando centenas de feridos e causando grande destruição". A mensagem afirma que os atiradores teriam escapado com vida, mas as autoridades russas não confirmam essa informação.
No ataque, um grupo de homens armados invadiu um dos principais espaços de shows em Moscou, na Rússia, e abriu fogo contra os frequentadores.
O espaço, chamado Crocus City Hall, que tem capacidade para cerca de 7 mil espectadores, pegou fogo em meio ao ataque. Segundo um repórter da agência Ria Novosti, pessoas em uniformes táticos invadiram a casa de shows e abriram fogo antes de lançar uma granada ou uma bomba incendiária, provocando um incêndio.
"As pessoas que estavam na sala se jogaram no chão para se proteger dos disparos por 15 ou 20 minutos e muitos conseguiram sair rastejando", disse o repórter. O ataque ocorreu durante um show da banda de rock russa Piknik, cujos integrantes foram retirados do local a salvo.
O complexo Crocus City Hall é um dos principais espaços de lazer de Moscou. Inclui um shopping center, outra casa de shows, para 1,5 mil pessoas, hotéis, restaurantes e um supermercado. O local recebeu o concurso Miss Universo, em 2013, e é um dos principais espaços de espetáculos de Moscou. O espaço pertence à família Agalarov, que tem proximidade com o presidente Vladimir Putin.
O Ministério das Relações Exteriores atribuiu a "um atentado terrorista sangrento" a tragédia, que ocorreu em um auditório de Krasnogorsk, um subúrbio no noroeste da capital russa. "Toda a comunidade internacional deve condenar este crime hediondo!", afirmou Maria Zakharova, porta-voz da chancelaria russa, no Telegram.
Um porta-voz do governo da Ucrânia disse que o país não tem nada a ver com a ação e que nunca foram usados métodos terroristas na guerra contra a Rússia. John Kirby, conselheiro de comunicação da Casa Branca, disse que "não há indicações neste momento de que a Ucrânia ou ucranianos tenham envolvimento no ataque".
O prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin, anunciou o cancelamento "de todos os eventos esportivos, culturais" e de caráter público durante o fim de semana.
Nos últimos dias, a Rússia tem sido alvo de ataques de combatentes russos antigovernamentais e de bombardeios vindos da Ucrânia, confrontada desde 2022 a uma invasão militar russa.
A Rússia já foi alvo de numerosos ataques cometidos por grupos islamistas e de ataques a tiros sem motivação política ou atribuídos a pessoas desequilibradas.
Em 2002, um grupo de combatentes chechenos fez 912 pessoas reféns no teatro moscovita de Dubrovka para pedir a retirada das tropas russas da Chechênia. A tomada de reféns resultou em uma intervenção das forças especiais e na morte de 130 pessoas, quase todas asfixiadas pelo gás usado pelos militares.