Austrália, Estônia, Finlândia, Granada, Islândia, Ilhas Maurício e Nova Zelândia foram os únicos países que cumpriram a diretriz anual de qualidade do ar da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2023. É o que aponta uma pesquisa da organização suíça IQAir, divulgada na manhã desta terça-feira (19). Ao todo, foram avaliados 134 países.
As diretrizes da OMS se concentram no cálculo de partículas expelidas por veículos e indústrias com diâmetros iguais ou inferiores a 10 μm (PM10) ou 2,5 μm (PM2,5). Isso porque esse material é capaz de penetrar profundamente nos pulmões e entrar na corrente sanguínea, causando impactos cardiovasculares, cerebrovasculares (AVC) e respiratórios.
De todos os países pesquisados pela IQAir, 124 (92,5%) excederem o valor da diretriz anual (média de 5 μg/m3 ou menos) no ano passado. Bangladesh registrou o ar mais poluído (com número de partículas 15 vezes maior do que o limite da OMS), seguido por Paquistão (14 vezes maior), Índia (10 vezes) e Tajiquistão (9 vezes).
As condições climáticas e a neblina transfronteiriça foram fatores importantes no Sudeste Asiático, onde as concentrações de PM2,5 aumentaram em quase todos os países. Pela primeira vez na história do relatório, o Canadá foi o país mais poluído da América do Norte, com as 13 cidades mais poluídas da região.
Segundo a OMS, a poluição do ar mata cerca de 7 milhões de pessoas por ano em todo o mundo – mais do que a Aids e a malária combinadas.
"Infelizmente, as coisas andaram para trás. A ciência é bastante clara sobre os impactos da poluição do ar e, no entanto, estamos tão acostumados a ter um nível de poluição de fundo que é muito alto para ser saudável. Não estamos fazendo ajustes rápido o suficiente”, disse Glory Hammes, presidente-executiva da IQAir para a América do Norte.