O presidente da Argentina, Javier Milei, fez um discurso no Fórum Econômico Mundial, em Davos, nesta quarta-feira, 17, no qual defendeu o funcionamento dos mercados e a redução do papel do Estado, além de fazer críticas duras ao socialismo e outros modelos econômicos associados à esquerda.
"O Ocidente está em perigo porque os que têm de defendê-lo encontram-se cooptados por uma visão do socialismo", discursou, durante o evento na Suíça que reúne governantes e empresários de várias partes do mundo.
"Quando adotamos o modelo da liberdade, em 1860 por 35 anos nos convertemos em potência mundial. Quando abraçamos o coletivismo vimos como nossos cidadãos começaram a empobrecer até cair à posição 140 do mundo", disse Milei. "O socialismo é um modelo empobrecedor que fracassou no econômico, social, cultural e ainda assassinou milhões de seres humanos".
Milei criticou duramente aos que defendem a maior distribuição de riqueza entre a sociedade, e disse não ver "maiores diferenças" entre linhas políticas diversas, como a social-democracia, a democracia cristã e os progressistas. "A justiça social não soma ao bem-estar geral", disse.
Ele defendeu que a melhor forma de gerar riqueza é por meio dos mercados livres, e que o Estado deve ter suas funções reduzidas para facilitar a prosperidade. "O capitalismo é a única ferramenta que temos para acabar com a fome e a indigência no planeta. Não se deixem amedontrar pela casta política nem pelos parasitas que vivem do Estado", afirmou. O presidente disse ainda que os empresários são heróis e "benfeitores sociais".
No discurso, Milei não falou sobre medidas concretas para lidar com a crise argentina. A inflação no país superou 200% ao ano em dezembro, mês em que ele tomou posse.
O novo presidente assinou um decreto com centenas de medidas para desregulamentar a economia argentina, e também enviou ao Congresso um enorme pacote de leis, com outras mudanças de regras e que ampliaria seus poderes para enfrentar a crise.
Antes de discursar, Milei se encontrou com David Cameron, premiê do Reino Uniddo. O líder argentino disse que o encontro foi "excelente" e que os britânicos darão apoio à Argentina em questões envolvendo o FMI.