Em 2023, a Terra passou por ondas de calor significativas e temperaturas extremas, especialmente no Hemisfério Norte. Durante a primeira semana de julho, a temperatura média global foi de cerca de 17°C – a mais alta já registrada pelos Centros Nacionais de Previsão Ambiental da ONU (Organização das Nações Unidas), que possui registros desde 1979.
O calor extremo é causado por uma série de fatores, mas o processo de aquecimento global está entre os principais. As Nações Unidas definem a mudança no clima como um processo de longo prazo que altera as temperaturas e os padrões climáticos ocorridos na Terra.
Mas este recorde de 2023 não deve ser o último, como observa um artigo da National Geographic Estados Unidos intitulado “A Terra acaba de bater um recorde de calor”. O aumento da temperatura no planeta pode ser ainda mais significativo – superando os 1,5°C previstos pelo Acordo de Paris (tratado internacional sobre mudanças climáticas aprovado em XX e que deve ser adotado por 196 países) se a queima de combustíveis fósseis responsável pelo efeito estufa não for reduzida.
Há três zonas específicas que atingiram temperaturas inóspitas para a vida humana no planeta, conforme indica um artigo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Saiba mais sobre eles abaixo:
Essa área desértica está localizada no sudeste do país do Golfo Pérsico e é uma das regiões mais quentes da Terra. O deserto de Lut já chegou a registrar 80,8°C de temperatura oficial, como informa um artigo da revista Science intitulado "Move over, Death Valley: These are the two hottest spots on Earth" (“Saia do caminho Vale da Morte: estes são os dois pontos mais quentes da Terra), e publicado em maio de 2021.
A UNESCO incluiu o deserto iraniano como Patrimônio da Humanidade e explica que essa região já foi descrita como um lugar inóspito e quase "sem vida" sobre o qual há bem pouca informação sobre os recursos biológicos locais.
A entidade acrescenta que ainda que exista flora e fauna no deserto de Lut, essas espécies estão bastante adaptadas a essas condições climáticas extremas.
O deserto de Sonora está localizado ao longo da fronteira entre os Estados Unidos e o México – e já chegou a registrar uma temperatura máxima também de 80,8°C, assim como o Deserto de Lut, como informa o mesmo artigo da revista Science.
De acordo com o Serviço Nacional de Parques dos Estados Unidos (NPS), esse deserto apresenta baixa precipitação de chuvas durante o inverno (de dezembro a janeiro) e tempestades de monções no verão (entre julho e agosto). No entanto, apesar disso, possui uma grande variedade de flora e fauna, tanto nas estações quentes quanto nas frias.
O Vale da Morte, localizado no Hemisfério Norte, mais especificamente no estado norte-americano da Califórnia, já foi considerado o lugar mais quente do mundo com um recorde que, até então, era sem precedentes.
No dia 10 de julho de 1913 foi registrada uma temperatura de 56,7°C no local, como explica um artigo publicado no site da National Geographic Estados Unidos chamado "How did Death Valley get its name? Not from the heat" (“Como o Vale da Morte ganhou esse nome? Não por causa do calor”). O texto faz referência também ao fato do local ser de difícil geolocalização, o que já fez com que diversas pessoas acabassem perdidas e, consequentemente, morressem por estar em uma zona tão inóspita.
O mesmo artigo menciona que há meteorologistas especializados que refutam esses fatos, já que a temperatura do Vale da Morte não coincidia com a das áreas circundantes. No entanto, até hoje a Organização Meteorológica Mundial (OMM), entidade da ONU que estuda o clima, valida estas informações, ainda as considera verdadeiras e não se manifestou em contrário.