Montanhoso e de clima árido, o Iêmen está situado no canto sudoeste da Península Arábica, fazendo fronteira com Arábia Saudita e Omã. Também fica diante do Mar Vermelho a oeste, e é banhado pelo Golfo de Áden e pelo Mar da Arábia.
Com a maioria de seus habitantes sendo muçulmanos (o que faz do islamismo a religião oficial do país), os habitantes do Iêmen falam vários dialetos árabes e são majoritariamente agricultores de subsistência, como explica a Encyclopedia Britannica (plataforma de conhecimento e educação do Reino Unido).
Mas apesar da localização estratégica para o comércio internacional, e de possuir jazidas de petróleo, o Iêmen é uma das nações árabes mais pobres do Oriente Médio – e seus mais de 23 milhões de habitantes enfrentam uma guerra civil desde 2014.
Atualmente, o Iêmen também sofre com ataques do grupo rebelde houthi ao estreito de Bab al-Mandeb, no Mar Vermelho, local de rota marítima comercial para o mundo todo.
O Iêmen no mapa: fronteiras com Arábia Saudita, Omã e os Mares Vermelho e Arábe.
A Encyclopedia Britannica explica que por sua proximidade com o Mar Vermelho, os antigos estados geograficamente localizados nessa parte da Península Arábica controlavam o comércio marítimo para a Ásia e o fornecimento de mercadorias como mirra, incenso e especiarias, entre outros itens.
Diversos reinos existiram nessa região, que também foi a primeira do mundo a ter um cultivo e comércio de café (o café árabe) antes que ele chegasse a outros continentes do planeta, diz a Britannica.
A plataforma explica ainda que a atual República do Iêmen surgiu em 1990, quando a República Árabe do Iêmen (Iêmen do Norte) se fundiu com a República Democrática Popular do Iêmen (Iêmen do Sul). Neste acordo, Sanaa, que um dia foi capital do Iêmen do Norte, se tornou a capital política do novo país, enquanto Aden, outra cidade antiga e principal metrópole do do Iêmen do Sul, se tornou o centro econômico do país.
Na história do Iêmen há ainda um período em que parte de seu território – correspondente ao Iêmen do Sul – integrou o Império Britânico entre os anos de 1839 a 1967. O Iêmen como se conhece hoje é resultado de ações e acordos entre a Grã-Bretanha, o Império Otomano e da Arábia Saudita, diz a plataforma de ensino.
Soldados em formação na cidade de Sanaa, no Iêmen.
Chamado pela imprensa de “a guerra esquecida”, o conflito armado do Iêmen teve início em 2014 e acabou sendo consequência de manifestações populares da Primavera Árabe, que atingiram diversos países da região em 2011 – como o Egito e o próprio Iêmen, informa a Britannica.
Em decorrência desses protestos, o então presidente na época, Ali Abdullah Saleh, saiu do poder deixando-o nas mãos de seu vice, Abdrabbuh Mansour Hadi, que de fato não conseguiu governar, como explica um artigo da BBC Brasil sobre o tema.
Diante de ataques do grupo terrorista Al-Qaeda, movimentos separatistas no sul do país, insegurança alimentar causada pelo conflito e uma queda de braço com militares que ainda seguiam o antigo mandatário, a instabilidade política no Iêmen levou o grupo rebelde houthi ao poder em parte do país. Opositores de Abdullah Saleh há anos, eles defendem a minoria xiita zaidi do Iêmen e contam com apoio do Irã, que financia o grupo, como explica um artigo da National Geographic Estados Unidos “Por que o Iêmen e o Estreito do Mar Vermelho são essenciais para o transporte marítimo global”.
No final de 2023, os houthis anunciaram que atacariam navios em Bab al-Mandeb em apoio ao Hamas, que também é apoiado pelo Irã, e atualmente trava uma guerra na Faixa de Gaza com Israel, como informa também o artigo.
Já de acordo com a ACNUR, a agência para refugiados da ONU (Organização das Nações Unidas), o Iêmen enfrenta uma das piores crises humanitárias do mundo, na qual, desde 2015, mais de 93% de sua população está em estado de extrema vulnerabilidade.
Mais de 3,6 milhões de iemenitas são refugiados dentro de seu próprio país após perderem casa, trabalho e sofrerem com ataques a bombas e outros tipos de violência.