O grupo Estado Islâmico assumiu, nesta quinta-feira, 4, a autoria pelas duas explosões da última quarta-feira em Kerman, no Irã, que provocaram a morte de pelo menos 84 pessoas durante uma procissão em homenagem ao general Qassem Soleimani, morto pelos Estados Unidos em 2020.
No Telegram, o grupo jihadista chamou o atentado de "dupla operação de martírio" e descreveu como dois de seus membros "detonaram seus coletes de explosivos" no meio de uma grande multidão perto do túmulo do general Soleimani.
Segundo informações da AFP, a agência estatal Irna já havia indicado que a primeira explosão foi provocada por um suicida, cujo corpo foi encontrado em pedaços. A segunda explosão está sendo investigada, mas provavelmente também ocorreu devido a um ataque suicida.
As autoridades iranianas estimaram em 103 o número de mortos nas duas explosões na quarta-feira. Mas o ministro do Interior, Ahmad Vahidi, disse nesta quinta-feira que 84 pessoas foram mortas, de acordo com a agência de notícias semioficial Tasnim. O atentado ainda deixou 284 feridos, dos quais 195 seguem hospitalizados.
O ministro do Interior, Ahmad Vahidi, alertou, no entanto, que o balanço ainda poderia aumentar, já que alguns feridos se encontram em "estado crítico".
Já o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, prometeu uma "resposta dura" e outros dirigentes iranianos acusaram Israel e Estados Unidos.
De acordo com o jornal The New York Times, o anúncio do Estado Islâmico coincide com as avaliações do serviço de inteligência americana, que já havia indicado que o ataque teria sido cometido pela organização. Os agressores foram idenficados como Omar al-Mowahid e Sayefulla al-Mujahid.
As alegações do Estado Islâmico também contrastavam com os relatos iniciais iranianos de que as bombas haviam sido colocadas em dois sacos e detonadas remotamente ao longo da estrada para o cemitério em Kerman, na qual milhares de pessoas que participavam da comemoração estavam caminhando.