Os decretos assinados pelo presidente recém-empossado da Argentina, Javier Milei, com o objetivo de desregulamentar a economia do país causou forte oscilação no preço de itens básicos de consumo. Segundo o jornal The New York Times, o quilo da carne bovina está 73% mais caro, o valor do combustível subiu 60% e o custo do pacote de fraldas dobrou.
O jornal pondera que a inflação galopante não começou com Milei, mas antes dele. No dia 19 de novembro, data em que o presidente assumiu o mandato, a Argentina registrou a terceira maior inflação do mundo, com aumento de 160% nos preços em relação ao ano anterior. Ocorre que, com a decisão de Milei de desvalorizar o peso argentino, esse processo se intensificou.
O porta-voz de Milei, Manuel Adorni, disse que a aceleração da inflação era a consequência inevitável de finalmente consertar a distorcida economia da Argentina.
“Ficamos com uma infinidade de problemas e questões não resolvidas que precisamos começar a resolver”, disse ele, “Inevitavelmente, passaremos por meses de inflação elevada”.
Milei alertou os argentinos que seus planos de encolher o governo e refazer a economia seriam prejudiciais no início.
“Prefiro dizer a verdade incômoda do que uma mentira confortável”, disse ele no seu discurso inaugural, acrescentando na semana passada que queria acabar com o “modelo de declínio” do país.