O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, reiterou nesta terça-feira, 28, o convite ao seu contraparte dos Estados Unidos, Joe Biden, para iniciar uma "nova era" nas relações entre os dois países, baseada no "respeito" e com o levantamento das sanções econômicas.
"Vamos começar um novo tempo, uma nova era de relações de respeito e colaboração no mais alto nível entre os Estados Unidos e a Venezuela. Estamos preparados, estamos prontos, queremos isso", disse o mandatário durante uma reunião do Conselho Nacional de Economia.
"É o consenso de todos os setores políticos, religiosos, culturais e sociais da Venezuela. Poderoso consenso, novas relações entre os Estados Unidos e a Venezuela, baseadas no respeito", continuou.
Maduro rompeu relações com os Estados Unidos em janeiro de 2019, quando Washington reconheceu o opositor Juan Guaidó como "presidente interino" após ele se autoproclamar em uma praça diante de uma multidão.
O apoio da Casa Branca a Guaidó ocorreu após considerar a reeleição de Maduro em 2018 como "fraudulenta". Nos últimos meses, Washington e Caracas tiveram alguns aproximações devido a interesses energéticos.
No entanto, o chefe da diplomacia dos Estados Unidos para a América Latina, Brian Nichols, disse em outubro passado que os Estados Unidos "não estão" prontos para "uma mudança nas relações diplomáticas" com a Venezuela.
Sua declaração ocorreu após o governo de Biden anunciar um levantamento temporário das sanções econômicas ao petróleo, gás e ouro da Venezuela, em troca de um acordo alcançado entre Maduro e a oposição sobre as condições para as eleições presidenciais de 2024.
Washington também deixou claro que, se o governo de Maduro violar o acordo com a oposição, pode reimpor as sanções.
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, também pediu a Maduro que defina um cronograma para o levantamento das inelegibilidades políticas de possíveis candidatos da oposição antes do final de novembro.
No entanto, Maduro reiterou que a Venezuela não aceita "chantagens" e clamou novamente pelo levantamento definitivo das sanções.
"Todo o povo venezuelano, toda a Venezuela, por consenso, exige que todas as sanções à sua economia sejam levantadas de maneira permanente e definitiva", disse.