O presidente eleito, Javier Milei, e o atual mandatário da Argentina, Alberto Fernández, estão reunidos nesta manhã de terça-feira, 21, para iniciar a transição de governo. De acordo com o jornal Clarín, o ultraliberal chegou na Quinta de Olivos, residência oficial da presidência do país, às 8h15.
Inicialmente, o encontro estava marcado para ocorrer na segunda-feira, mas o rumor sobre a possível saída de Sergio Massa do ministério da economia antes de Milei assumir gerou tensão entre as partes. A mídia do país confirmou que Massa seguirá no cargo e criou um gabinete de transição. Entre os pontos em discussão no encontro devem estar o Orçamento argentino de 2024, que deve ser enviado ao Congresso nas próximas semanas, e os próximos passos para conter o dólar após o segundo turno.
Mesmo sem o encontro oficial entre o eleito e o atual presidente, os primeiros passos da transição começaram ontem. Segundo o jornal La Nacion, dirigentes de Fernández e Milei conversaram intensamente e de maneira individual para acelerar uma transição ordenada ministério por ministério.
Na segunda, Milei deu uma série de entrevistas a rádios do país. O presidente eleito reafirmou promessas de campanha, como a dolarização da economia, fechamento do Banco Central e privatização de diversas empresas estatais, mas ponderou que implantar essas medidas e baixar a inflação levará tempo. Além disso, Milei defendeu que Massa fique no governo até o fim da transição. "Seria uma irresponsabilidade Massa se retirar, depois do desastre que fez", afirmou.
Milei anunciou os primeiros ministros de seu futuro governo. Até o momento, dois nomes foram revelados: o advogado Mariano Cúeno Liberona será o ministro da Justiça e a ex-candidata ao governo de Buenos Aires Carolina Píparo comandará a Administração Nacional da Segurança Social (Anses). "Os mais talentosos estarão dentro [do governo], não importa de onde venham. O que importa é resolver os problemas dos argentinos, e não fazer testes de liberalismo no sangue", disse.
Questionado sobre o futuro ministro da economia, que terá de lidar com a inflação de três dígitos e 40% da população na pobreza, Milei disse que não irá revelar o nome por conta das "bombas plantadas" pelo atual governo. O ultraliberal afirmou ainda que o seu governo terá apenas oito dos atuais 18 ministérios, o que acabará com pastas como Cultura, Mulher e Ciência e Tecnologia.