O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta quinta-feira (02/11) que o país está no "auge da batalha” na Faixa de Gaza.
"Tivemos sucessos impressionantes e ultrapassamos os arredores da Cidade de Gaza. Estamos avançando", disse em nota.
Nesta quinta, equipes da BBC relataram a ocorrência de cinco batalhas terrestres entre Israel e o Hamas no norte de Gaza.
Israel lançou uma ofensiva terrestre em Gaza na semana passada — militares vêm se deslocando lentamente em direção à Cidade de Gaza, capital do território palestino.
Enquanto isso, o Ministério da Saúde local, administrado pelo Hamas, informou que o número de mortos na Faixa de Gaza desde 7 de outubro superou 9 mil.
O ministério afirma que, desse total de mortos, 3.760 são crianças; além disso, foram contabilizados 32.000 feridos.
Israel vem realizando bombardeios e ofensivas militares em Gaza desde 7 de outubro, quando o Hamas atacou várias partes do país, principalmente ao sul.
Na ocasião, segundo autoridades israelenses, 1.400 pessoas morreram. Além disso, o país calcula que 242 pessoas seguem mantidas pelo Hamas como reféns, incluindo crianças e idosos.
Em paralelo à ofensiva terrestre, Israel segue lançando ataques aéreos contra o território palestino.
Os militares israelenses dizem que têm como alvo a infraestrutura do Hamas, incluindo túneis subterrâneos e lançadores de foguetes.
Nos últimos dois dias, Israel bombardeou o campo de refugiados de Jabalia, no norte de Gaza. O país informou que, na ocasião, matou um comandante do Hamas e dezenas de combatentes.
Já segundo o Hamas, o ataque deixou 1.000 pessoas mortas, feridas ou desaparecidas.
Vários edifícios foram destruídos e corpos continuam sendo resgatados dos escombros.
Segundo o Hamas, ataque ao campo de Jabalia deixou 1.000 pessoas mortas, feridas ou desaparecidas.
Após milhares de pessoas serem mortas e feridas em Gaza, na quarta-feira (31) foi liberada pela primeira vez a passagem de dezenas de pessoas feridas em Rafah, que liga o território palestino ao Egito.
O Egito montou um hospital de campanha na Península do Sinai para receber feridos de Gaza.
De acordo com os Médicos sem Fronteiras, 20 mil feridos ainda não conseguiram sair de Gaza para ter atendimento.
O embaixador de Israel na Alemanha pediu aos países estrangeiros que enviassem navios-hospitais para o Egito.
Ron Prosor disse que eles seriam usados para tratar palestinos feridos que entrassem no Egito vindos da Faixa de Gaza.
Numa entrevista à Kan, emissora pública de Israel, ele acrescentou: "Ainda não sei se isso está acontecendo. Pedimos isso. Suponho que esteja sendo discutido. Há uma tendência, aqui na Europa, para ajudar em questões humanitárias de qualquer maneira possível."
Na semana passada, a França disse que iria enviar um navio para o Mediterrâneo oriental para “apoiar os hospitais de Gaza”.
Estrangeiros também tiveram permissão para deixar o território rumo ao Egito.
Diplomatas de mais de 30 países vêm fazendo lobby junto aos governos do Egito e de Israel para incluir seus cidadãos na lista de quem pode atravessar a fronteira.
Pelo segundo dia consecutivo, o Brasil não faz parte dessa lista. Um grupo de 34 pessoas aguarda a liberação para deixar a região. São 24 brasileiros e 10 palestinos que estão em processo ou darão início à imigração ao Brasil.
Já o Bahrein se tornou o primeiro dos quatros países da Liga Árabe que reconheceram Israel em 2020 a romper laços econômicos e chamar de volta seu embaixador no país devido à ofensiva militar israelense em Gaza.
O embaixador de Israel no Bahrein também deixou o país.
As relações entre Bahrein e Israel cresceram consideravelmente desde que os dois países estabeleceram laços diplomáticos com o apoio dos EUA.
Na ocasião, isso foi visto como um grande avanço na desescalada do conflito árabe-israelense de décadas.
Na quarta-feira, a Bolívia anunciou que também cortou relações com Israel.
Já a Jordânia, país com o qual Israel faz fronteira, chamou de volta seu embaixador no país, assim como Chile e Colômbia.