Existe um medo que atravessa culturas: a fobia em relação ao número 13. Esse medo faz com que alguns edifícios não incluam o dígito nos números do elevador ou que certos aviões não tenham assentos 13.
Os triscaidecafóbicos (como são chamadas as pessoas com esse medo) acreditam que o número 13 traz má sorte. Especialmente quando o dia 13 do mês acontece em uma sexta-feira, observa a Encyclopaedia Britannica, plataforma de ensino do Reino Unido que é referência.
De acordo com a Britannica, esse medo é causado por certos eventos religiosos e históricos. Por exemplo, no cristianismo ele está relacionado ao fato de que Judas Iscariotes (o apóstolo que traiu Jesus na história cristã) foi a décima terceira pessoa a chegar à Última Ceia (evento que, de acordo com os cristãos, foi a última refeição de Jesus antes da crucificação).
Além disso, a crucificação de Jesus ocorreu em uma sexta-feira. Alguns estudiosos bíblicos acreditam que Eva convenceu Adão a comer o fruto proibido em uma sexta-feira. Ainda na mesma linha da mitologia cristã sobre o surgimento e desenvolvimento do mundo, a história do asassinato de Abel por seu irmão, Caim, também pode ter ocorrido neste dia, como conta um artigo da National Geographic Estados Unidos intitulado “Why Does Friday the 13th Scare Us So Much?” (“Por que sexta-feira 13 nos assusta tanto?”, em tradução livre).
Essa sensação de medo acabou reforçada também em 1970, quando uma explosão forçou a espaçonave lunar Apollo 13 a cancelar sua missão, acrescenta a Britannica.
Além disso, a triscaidecafobia pode ser uma consequência do fato de o número 13 ser afetado por estar depois do 12, observa Thomas Fernsler, cientista político associado do Mathematics and Science Education Resource Center da Universidade de Delaware, em Newark, Estados Unidos, neste mesmo artigo da National Geographic.
De acordo com Fernsler, os numerologistas consideram o 12 um número "completo": o ano tem 12 meses, os deuses do Olimpo são 12, as tribos de Israel são 12, entre outras referências. A associação do número 13 com o azar "deve-se em parte ao fato de ele estar próximo à perfeição do 12".
Embora o medo da sexta-feira 13 seja algo muito difundido, certas culturas consideram que o número tem conotações positivas.
"Há 13 meses lunares no ano (com um pequeno erro), o que levou os maias e os hebreus a considerar o número como auspicioso", explica a enciclopédia Britannica.
Algo semelhante acontece na teologia medieval, que acrescenta 3 aos 10 mandamentos (para a Trindade), o que resulta no número 13, fazendo com que o número adquira aspectos positivos.
Para os triscaidecafóbicos que desejam enfrentar o medo, Stuart Vyse, autor e ex-professor de psicologia do Connecticut College, em Connecticut, e fonte do artigo de NatGeo, recomenda dar pequenos passos para sair da zona de conforto. Por exemplo, aqueles que não saem de casa nesse dia podem tentar encontrar um amigo em um lugar de que gostem.
Em 2023 está prevista a existência de duas sextas-feiras 13. A primeira ocorreu em janeiro e a segunda tem lugar em outubro.
Como aponta o artigo da National Geographic, é raro um ano ter duas sextas-feiras 13, mas 2023 será excepcional neste quesito, como foi com 2009 e 2015.
A situação se repetirá em 2024 durante os meses de setembro e dezembro. Mas um ano especial será 2026, quando três sextas-feiras “azaradas” ou “sortudas” serão registradas nos meses de fevereiro, março e novembro.