A guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, que representa a ala radical que defende a criação do Estado palestino, é permeada por diversas alianças entre ditaduras e extremistas políticos. No Oriente Médio, não é incomum teocracias financiarem grupos terroristas.
No caso do Hamas, o Catar é o principal financiador do grupo terrorista. Conhecido por suas riquezas petrolíferas e minerais, o país da península arábica paga salários das organizações civis do grupo terrorista, como escolas, orfanatos, restaurantes populares e clubes esportivos, de acordo com a publicação alemã DW.
Oficialmente, Doha afirma que o financiamento a esse tipo de grupo tem por objetivo manter uma janela de diálogo aberta, impedindo que se radicalizem ainda mais. O país também é defensor da criação do Estado Palestino.
No passado, outra importante base de suporte financeiro veio do Irã. Com as sanções econômicas que o país sofreu na última década, o fluxo de capital de diminuiu. Cerca de 25% do faturamento da Hamas já teve como origem o país comandado pelo aiatolá Ali Khamenei.
O Irã é ainda um forte apoiador político das práticas do Hamas. No sábado, 7, Rahim Safavi, conselheiro de Khamenei, parabenizou o grupo e disse que o Irã estará ao lado dos palestinos “até a libertação de Jerusalém".
Já o Catar pediu para que Israel e Hamas parem com a escalada do ataque, em comunicado. No texto, o governo catari responsabiliza Israel pelos ataques e cita “violações ao povo palestino”.
O grupo terrorista Hezbollah, xiita libanês, tem inspiração na revolução islâmica do Irã no Oriente Médio. Líderes religiosos, militantes e soldados do grupo extremista viajam seguidamente ao Irã para estudos religiosos, ideológicos e militares, informa a BBC.
Em várias cidades do sul do Líbano e subúrbios controlados pelo Hezbollah em Beirute é possível ver bandeiras iranianas e fotos do aiatolá Khomeini, líder da revolução iraniana.
Inicialmente, a ideia do Hezbollah era fundar no Líbano, como no Irã, um estado islâmico, mas o objetivo foi abandonado diante das dificuldades em lidar com diferentes grupos sectários libaneses, que não aceitariam tal imposição.
Outra aliança conhecida na região é entre Rússia e Síria. Além da proximidade geográfica entre os dois países, os laços foram estreitados durante a invasão do Estado Islâmico à Siria, em 2015. Em maio daquele ano, o EI dominou Palmira, cidade onde havia monumentos da Antiguidade. O grupo destrói parte deles e divulga vídeos.
Em setembro, Rússia entra ativamente no conflito e passa a bombardear opositores da ditadura de Bashar al-Assad, o que muda o jogo a favor do ditador.
Poucos dias após a invasão da Ucrânia pela Rússia no final de fevereiro de 2022, o ministro da Defesa sírio propôs o envio de soldados sírios para a Ucrânia ao lado das forças russas.