O dia 16 de setembro marca a assinatura do Protocolo de Montreal, um dos mais importantes acordos internacionais sobre a eliminação de substâncias que destroem a camada de ozônio, de acordo com a Fundação Aquae, uma organização sediada na Espanha dedicada à proteção da água e do meio ambiente.
O protocolo foi assinado em 1987, com o apoio de 161 países em todo o mundo, representando uma importante aliança internacional e um dos tratados ambientais mais bem-sucedidos desde então, afirma a Organização das Nações Unidas (ONU).
Como definido pela Fundação Aquae, a camada de ozônio é uma faixa de gás que protege a vida no planeta. Ela é responsável por impedir o impacto das ondas de luz ultravioleta nocivas (raios ultravioleta e radiação ultravioleta B) na atmosfera da Terra.
Na química, o ozônio é representado pela nomenclatura O3. Isso porque o ozônio necessita de três átomos de oxigênio para se constituir, explica a Nasa, agência espacial dos Estados Unidos. Embora represente apenas uma pequena fração da atmosfera, ele é crucial para a vida na Terra.
Gráfico do buraco na camada de ozônio sobre a Antártica.
FOTO DE NASAA maior parte do ozônio reside na estratosfera, uma camada da atmosfera entre 10 e 40 quilômetros acima do solo. Se a camada de ozônio continuar a enfraquecer, as pessoas ficarão mais suscetíveis ao câncer de pele, à catarata e à deterioração do sistema imunológico por conta da maior exposição do corpo aos raios ultravioleta que emanam do Sol.
Graças ao Protocolo de Montreal, a humanidade evitou uma grande catástrofe de saúde causada pela radiação ultravioleta, que poderia passar por um enorme buraco formado na camada de ozônio no início da década de 1980.
"A camada de ozônio está no caminho certo para se recuperar nas próximas quatro décadas, e a eliminação global de produtos químicos que a destroem contribui para a mitigação das mudanças climáticas", diz uma declaração da Organização Meteorológica Mundial (OMM) divulgada em 9 de janeiro de 2023.
Essa conclusão foi feita por especialistas em meteorologia que, com o apoio da ONU, confirmaram que a eliminação gradual de cerca de 99% das substâncias proibidas conseguiu proteger a camada de ozônio e contribuiu para uma recuperação notável na estratosfera. Além disso, essa ação global ajudou a reduzir a exposição das pessoas à radiação ultravioleta.
As substâncias proibidas são um grupo de gases produzidos por seres humanos que danificam a camada de ozônio. Entre elas, a ONU inclui os clorofluorcarbonos, substâncias anteriormente encontradas em produtos de uso diário, como ar-condicionado, geladeira e embalagem de aerossol.
Assim, se as políticas atuais forem mantidas, a camada de ozônio voltará aos níveis de 1980 (antes da formação do buraco) por volta de 2066 na Antártida, 2045 no Ártico e 2040 no resto do mundo, estimam os especialistas da OMM.
No entanto, isso não significa que países e populações do mundo inteiro devam tratar o assunto com menor preocupação.