Muito se discute sobre o recente aumento das temperaturas nos verões e nos incêndios florestais em diferentes países e, de acordo com o Fórum Econômico Mundial (ou do inglês, World Economic Forum), a seca poderá afetar até 75% da população global até 2050. A questão do abastecimento, a utilização da água e a garantia de um futuro seguro com relação à água é essencial na discussão de sustentabilidade e redução de emissões de GEE (gases de efeito estufa) – visto que processos relacionados à água são responsáveis por cerca de 10% das emissões mundiais de carbono.
Pensando em todo este contexto, o Fórum afirma que talvez a aplicação dos parâmetros da circularidade – tão usados na moda ou na gestão de resíduos – pode auxiliar na resolução dos problemas de água. “Como a disponibilidade de água pode ser um fator importante no aumento das temperaturas e alterações do clima?” é um dos questionamentos feitos pela instituição.
Segundo o Fórum, aumentar a circularidade da água por meio de um caráter global cooperativo pode ter um impacto positivo, já que o consumo anual de água vem aumentando cerca de 3.500 bilhões de metros cúbicos (m3) globalmente no decorrer do último século. Nessa busca para a geração de impactos mais positivos, os países também acabariam cumprindo muitos dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), listados pela ONU (Organização das Nações Unidas).
Uma pesquisa realizada pela BSI e a ONG Waterwise, afirma que mesmo com a abundância de água no planeta, apenas 0,5% está disponível em forma de água doce, ou seja, própria para o consumo. Muitos fatores influenciam no abastecimento da água, dentre eles, o desenvolvimento econômico, o crescimento das populações e, por consequência, as mudanças climáticas.
A segurança hídrica também é uma questão relevante às economias, ainda de acordo com o BSI, locais como os EUA e a China enfrentam os maiores desafios com relação à segurança da água. Essa análise considerou 40 localidades distintas. Os EUA constam na lista porque encaram desafios elevados com relação ao consumo pessoal per capita (por pessoa), enquanto cidades chinesas como Chengdu, Pequim e Xangai enfrentam estresse hídrico por conta do baixo nível de água disponível por pessoa e, ao mesmo tempo, grandes níveis de utilização.
O Fórum reforça a necessidade dos governos se engajarem nesta agenda para colaborarem em grande escala e, assim, contribuírem com impacto positivo. Para a instituição, um dos pontos de partida seria facilitar ao consumidor a escolha de produtos que poupam água, pelos rótulos presentes nas embalagens.
Outra influência seria através da cultura positiva para que a sociedade seja influenciada para efetivamente poupar mais água, seja em casa ou no trabalho, individualmente ou nas organizações. “Em um mundo onde segurança hídrica é uma questão crescentes, todos temos que desempenhar um papel nesta luta”, concluiu o Fórum.