A AIE tem no radar três cenários. No primeiro, nada é feito e os países seguem na toada atual de emissões, o que levaria a um aumento de demanda de petróleo de 8% no período. No segundo, os países cumpririam o acordado em Paris e a queda ficaria na casa dos 39%. Já no terceiro cenário, com os países zerando emissões líquidas, a queda na demanda por óleo bruto chegaria a 76%.
Para Tolmasquim, o segundo cenário é o mais provável não só por esforços diretos dos Estados Nacionais, mas pelo seu reflexo em mercados como o de energia e automobilístico.
"O custo das energias renováveis está despencando. O custo da eólica onshore caiu 72% em 10 anos. Já a fotovoltaica caiu 90% em 10 anos. Eólica multiplicou por cinco a capacidade instalada. Já a solar multiplicou por 40 vezes", disse Tolmasquim. Além dessa competição das fontes limpas já existentes, Tolmasquim disse que a chegada de novos combustíveis, como hidrogênio e biodiesel, devem ampliar ainda mais a pressão sobre os fósseis.
Outro ponto chave para o futuro desse mercado é a evolução do mercado de veículos elétricos. "A mobilidade é o grande demandante de combustíveis fósseis e o futuro do veículo carburante não é muito bom", afirmou.
"Hoje nos Estados Unidos você compra carro elétrico, ganha US$ 7 mil na hora. Nos próximos dez anos, vai ser muito mais barato o carro elétrico do que o carburante. E pelo tamanho da economia americana, isso vai ter impactos globais", concluiu.