A declaração provocou uma reação irritada de Pequim, que acusou os ministros de "maliciosamente caluniar e difamar a China".
Os ministros das Relações Exteriores do G7 também pediram à Coreia do Norte que não execute novos lançamentos de mísseis ou testes nucleares.
Embora a Ucrânia e os desafios regionais tenham dominado o encontro, os ministros abordaram outras questões de geopolítica internacional.
Em meio aos combates entre o exército e grupos paramilitares no Sudão, o comunicado da reunião pede "a interrupção imediata da violência (...) e o retorno do poder civil no Sudão".
A nota final do encontro também condena as crescentes restrições impostas contra as mulheres e as minorias pelo regime Talibã no Afeganistão, descritas como "abusos sistemáticos".
O porta-voz do governo Talibã, Zabihullah Mujahid, respondeu que "os países estrangeiros não devem interferir nos temas internos do Afeganistão", cujos princípios e leis são questões dos afegãos.
O comunicado também pede a "revogação imediata das decisões inaceitáveis" dos talibãs, como a proibição de trabalho para as mulheres na ONU e em organizações não governamentais no Afeganistão.
Mas as duas crises que dominaram as discussões do grupo - formado por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido - foram a Ucrânia e o crescente peso militar e econômico da China.
Os ministros do G7 prometeram "intensificar" as sanções contra a Rússia e aumentar os esforços para impor "custos severos" aos que oferecem apoio armamentista ou de outro tipo a Moscou.
Também criticaram "retórica nuclear irresponsável" da Rússia e consideraram "inaceitável" a instalação de armas táticas em Belarus.
"Enquanto a Ucrânia se prepara para iniciar uma contraofensiva para recuperar seu território (...) estamos com a Ucrânia", declarou o secretário de Estado americano, Antony Blinken.
O comunicado deixou claro que os ministros estavam cientes da polêmica provocada pelas declarações do presidente francês, Emmanuel Macron, após sua visita a Pequim, onde pediu para a UE não seguir os Estados Unidos na questão de Taiwan.
"Não há mudanças nas posições básicas dos membros do G7 sobre Taiwan", afirma a nota, antes de destacar que a paz e a estabilidade nesta região são "indispensáveis" para a segurança e a prosperidade global.
"Pela primeira vez na história do G7, nós conseguimos confirmar por escrito nosso compromisso como uma ordem internacional livre e aberta, baseada no império da lei", declarou o ministro japonês das Relações Exteriores, Yoshimasa Hayashi.
Blinken afirmou que nunca observou uma "convergência maior" de critérios sobre a China e Taiwan. O comunicado adverte Pequim sobre vários temas, de seu arsenal nuclear até suas práticas comerciais.
De modo específico, o texto critica a expansão "acelerada" do arsenal nuclear de Pequim e expressa preocupação de que a China esteja desenvolvendo "sistemas vetores cada vez mais complexos sem transparência, controle armamentista de boa-fé ou medidas de redução de risco".
E, embora sem mencionar diretamente a potência asiática, defende o aumento da cooperação contra a "coerção econômica", uma referência à prática de instrumentalizar as regras de importação e exportação com fins políticos.
Até mesmo a advertência contra o apoio à Rússia na Ucrânia pode ser interpretada como uma mensagem para a China, que recebeu vários alertas de países ocidentais para não fornecer armas a Moscou.
O porta-voz da diplomacia chinesa, Wang Wenbin, respondeu que os ministros do G7 "ignoraram os fatos objetivos, interferiram de modo grosseiro em temas internos de China e maliciosamente caluniaram e difamaram a China".
A reunião preparou o caminho para o encontro de cúpula de líderes do G7, programado para maio em Hiroshima, onde o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, deseja estabelecer como questão prioritária o desarmamento nuclear.
O comunicado desta terça-feira dedica um grande trecho ao desarmamento e à não proliferação, mas com um conteúdo reduzido sobre novos compromissos e referências ao "difícil cenário de segurança atual", o que sugere um caminho complicado para obter avanços.
Também pede aos países que documentem de forma transparente seus arsenais, insta a Rússia respeite a moratória dos testes nucleares e pede à China que mantenha negociações de "redução de risco" com Washington.