O governo já havia aprovado a liberação do material no mar há dois anos. De acordo com os planos, o Oceano Pacífico deve receber cerca de 1,27 milhão de toneladas de água radioativa tratada. Os dejetos serão descartados por meio de um túnel subaquático de quase um quilômetro de comprimento e 2,5 de largura.
O material será tratado para remover a maioria dos elementos radioativos, mas ainda conterá trítio, uma forma radioativa natural de hidrogênio que é tecnicamente difícil de separar da água. Segundo as autoridades, o procedimento é suficiente para alcançar os níveis de radioatividade considerados seguros de acordo com as leis do país. Apesar disso, a Coréia do Sul e a China expressaram receio com a liberação, enquanto o Fórum das Ilhas do Pacífico disse que tinha “grave preocupação” com a liberação proposta.
Em 2011, a usina de Fukushima foi palco do pior acidente nuclear desde Chernobyl. O desastre aconteceu após um terremoto de 9 graus na escala Richter sacudir a costa nordeste do Japão, em 11 de março daquele ano. O movimento sísmico gerou um tsunami de 14 metros de altura, que inundou a central e inutilizou os sistemas de refrigeração nuclear. Consequentemente, foram registrados incêndios e explosões que deixaram um saldo histórico de 16 mil mortos, mais de 3 mil desaparecidos e 6 mil feridos.