Arqueólogos encontraram em uma caverna no Marrocos as evidências mais antigas de fabricação de roupas. Segundo os pesquisadores, artefatos descobertos no local eram usados para transformar peles de animais em peças de vestuário. Estima-se que esse "ateliê de costura" pré-histórico tenha cerca de 120 mil anos.
Na caverna, foram encontradas diversas ferramentas feitas de ossos. De acordo com um novo estudo publicado na revista científica iScience, os artefatos serviam para processar peles de animais com o objetivo de transformá-las em roupas. “Eles se parecem com as ferramentas usadas ainda hoje na fabricação de peças de couro e peles”, disse Emily Hallett, do Instituto Max Planck para a Ciência da História Humana, na Alemanha.
Produtos orgânicos como pele e couro são muito perecíveis, portanto peças de roupas pré-históricas são praticamente impossíveis de serem encontradas. Por isso, os pesquisadores dependem de evidências indiretas para descobrir algo sobre sua produção. Até agora, os indícios mais antigos de fabricação de vestuário tinham aproximadamente 75 mil anos.
Já as ferramentas encontradas no Marrocos, têm entre 90 mil e 120 mil anos. Os ossos descobertos na caverna eram de dois tipos: um conjunto exibia marcas que indicavam que eram usados como ferramentas para esfolar. Já o outro conjunto apresentava evidências de pertencer aos próprios animais esfolados (todos carnívoros). Juntos, esses ossos formam as evidências arqueológicas mais antigas e concretas da fabricação de roupas entre os primeiros humanos.
Os pesquisadores acreditam que os humanos pré-históricos não usavam roupas apenas para se proteger do frio, mas também por senso estético, em uma espécie primitiva de moda. O clima quente do Marrocos é um indício disso. “Não há temperaturas extremas ou condições climáticas extremas lá hoje em dia nem no passado. O que me faz pensar se as roupas eram estritamente utilitárias ou simbólicas ou um pouco dos dois?”, especulou Hallett.
Fonte: History Brasil.