A gigante de energia russa Gazprom anunciou nesta 2ªfeira (25.jul) que vai reduzir para 20% o fluxo de gás natural através do gasoduto NordStream 1, o principal oleoduto que liga Moscou a Europa, citando reparos de equipamentos. A medida aumenta os temores de que a Rússia possa cortar o fluxo do combustível fóssil em retaliação às sanções impostas pela guerra na Ucrânia.
No Twitter, a estatal russa informou que reduzirá "o rendimento diário" do oleoduto para a Alemanha para 33 milhões de metros cúbicos a partir de 4ªfeira (27.jul). O motivo é o desligamento de uma turbina para reparos. A informação foi confirmada pelo chefe do regulador de rede da Alemanha, Klaus Mueller.
A Alemanha já estava recebendo menos da capacidade da tubulação, somente 40%, depois que a Gazprom reduziu em 60% o fluxo para o país. A Europa também passou duas semanas sem receber fornecimento de gás natural, depois que a Rússia alegou problemas para receber um equipamento necessário para manutenção devido a sanções impostas pelo Canadá.
Berlim acusa o Kremlin de usar a dependência energética da Europa para desestabilizar o bloco diante da invasão da Ucrânia.
O presidente russo Vladimir "Putin está jogando um jogo pérfido", disse o ministro da Economia alemão, Robert Habeck, à agência de notícias dpa. "Ele está tentando enfraquecer o grande apoio à Ucrânia e criar uma barreira em nossa sociedade. Para fazer isso, ele provoca incertezas e eleva os preços. Estamos contrariando isso com unidade e ação concentrada".
O gás natural é usado para manter a indústria funcionando, gerar eletricidade e aquecer casas no inverno, e as preocupações estão aumentando sobre uma possível recessão se a Europa não economizar gás suficiente e o racionamento for necessário para passar os meses frios. Os preços da energia estão subindo há meses -- aumentando novamente após o anúncio da Gazprom -- alimentando a inflação que está espremendo o poder de compra das pessoas.