Desde o lançamento do bitcoin em 2009, as criptomoedas percorreram um longo caminho, se tornando uma nova classe de ativos. Sua valorização chamou a atenção de investidores em todo o mundo e é difícil pensar que criminosos e hackers ficariam de fora disso.
De acordo com um novo comunicado do FBI, em menos de um ano 244 investidores foram enganados por golpistas, perdendo cerca de US$ 42,7 milhões em criptomoedas. Dados que abrangem um período maior se demonstram ainda mais preocupantes: mais de 46 mil pessoas perderam aproximadamente US$ 1 bilhão em golpes envolvendo criptomoedas do início de 2021 até agora, segundo o Consumer Protection Data Spotlight da Federal Trade Commission.
O motivo para a onda de golpes seria o crescente interesse da população na modalidade de investimento, segundo o FBI. Os criminosos têm preferência por um tema que está em alta no momento, para chamar a atenção e ludibriar suas vítimas.
O crime funcionaria da seguinte forma: golpistas entram em contato com investidores oferecendo serviços de investimento em criptomoedas fraudulentos e os persuadindo a baixar aplicativos falsos. Estes aplicativos geralmente usam o nome e o logotipo de empresas americanas legítimas. Sites falsos com essas informações também são criados para enganar os investidores.
Uma vez que as criptomoedas são transferidas para a plataforma falsa, a vítima nunca mais consegue sacá-las e o dinheiro é perdido para os criminosos.
O comunicado do FBI destaca algumas dicas para proteger seu patrimônio em criptomoedas de forma segura. Segundo o órgão de investigação, é necessário sempre desconfiar de desconhecidos na internet e sempre se certificar de que o aplicativo ou site que está conectando sua carteira digital é legítimo:
• “Desconfie de pedidos não solicitados para se conectar ou baixar aplicativos de investimento, especialmente se você não conhece ou nunca conheceu a pessoa que o convidou. Verifique a identidade de um indivíduo antes de entregar suas informações pessoais a ele”.
• “Certifique-se de que um aplicativo é legítimo antes de baixá-lo também e confirme se a empresa por trás do aplicativo realmente existe e oferece serviços de criptomoedas. E trate os aplicativos que apresentam problemas ou funcionalidades limitadas com ceticismo”.
O órgão se também se disponibilizou para ajudar a capturar criminosos do gênero, pedindo para que vítimas dos Estados Unidos entrem em contato através do Internet Crime Complaint Center.
O fato de ainda não terem uma regulação específica na maioria dos países seria mais um atrativo para os criminosos, segundo o FBI. Atualmente, não existe um banco ou autoridade central que sinalize transações suspeitas com criptomoedas.
No entanto, a discussão sobre o assunto evolui rapidamente no Brasil a partir de projetos de lei que circulam na Câmara dos Deputados. Na última quarta-feira, 20, os deputados Arthur Lira e Ricardo Barros, líderes da casa, definiram a pauta como “prioridade”.