Os buracos de ozônio são definidos como uma área onde a perda de O3 (trioxigênio, uma molécula inorgânica) é pelo menos 25% maior do que a observada na atmosfera à sua volta. Eles representam uma ameaça à saúde humana, pois aumentam os níveis de radiação ultravioleta (UV) na superfície da Terra. A exposição a essa radiação pode representar um maior risco de desenvolver câncer de pele, entre outros problemas de saúde.
Assim como acontece na região polar, aproximadamente 80% do valor normal de ozônio está esgotado no centro do buraco tropical. Relatórios preliminares mostram que os níveis de destruição do ozônio nas regiões equatoriais já estão colocando em risco grandes populações e a radiação UV associada que atinge essas regiões é muito maior do que se imaginava.
"Os trópicos constituem metade da superfície do planeta e abrigam cerca de metade da população mundial", disse Qing-Bin Lu, pesquisador da Universidade de Waterloo, no Canadá. "A existência do buraco de ozônio tropical pode representar uma grande preocupação para o planeta", completou.
Em 1987, 46 países assinaram o Protocolo de Montreal, comprometendo-se a eliminar progressivamente substâncias que causam a destruição do ozônio. A principal meta foi acabar com o uso dos 15 tipos de clorofluorcarbonos (CFC), substâncias químicas que eram usadas em itens do cotidiano, como condicionadores de ar e aerossóis. Mais tarde, todos os 197 membros das Nações Unidas ratificaram o tratado. Embora as proibições desses produtos químicos tenham ajudado a retardar a deterioração do ozônio, as evidências sugerem que o problema ainda persiste.