Essas ondas acústicas foram chamadas de ondas de vorticidade retrógradas de alta frequência (HFR, na sigla em inglês). Segundo os pesquisadores, elas foram observadas como vórtices ondulando na direção oposta à da rotação do Sol. Mas o fato que mais intrigou os cientistas é que elas estavam se movendo a uma velocidade três vezes mais rápido do que o previsto na teoria.
A equipe apresentou três explicações possíveis para esse comportamento. A primeira aponta para algo conhecido como força de Coriolis (a mesma força que na Terra faz a água que cai em um ralo de pia girar no sentido anti-horário no hemisfério norte, e no sentido horário no hemisfério sul). Os pesquisadores acreditam que essa força somada ao magnetismo do Sol poderia explicar o fenômeno.
A segunda explicação envolve a gravidade. O efeito dessa força poderia alterar e aumentar os vórtices. Já a terceira, aponta para a convecção. O plasma mais quente das regiões internas do Sol subiria enquanto o plasma mais frio perto da superfície afundaria, criando movimentos dentro de nossa estrela. Isso poderia influenciar a força e a velocidade dessas ondas.
Mas os pesquisadores não descartam a possibilidade de haver outro tipo de explicação. "Se as ondas HFR puderem ser atribuídas a qualquer um desses três processos, a descoberta responderá a algumas perguntas em aberto que ainda temos sobre o Sol”, disse Chris S. Hanson, um dos autores do estudo. “No entanto, essas novas ondas não parecem ser o resultado desses processos, e isso é empolgante porque leva a um novo conjunto de perguntas”, completou. Segundo os pesquisadores, o estudo desse fenômeno poderá ajudar a entender o que acontece no interior do Sol e de outras estrelas.