A Revolução Industrial foi um processo transformador na história moderna, passando de uma economia baseada na agricultura e na produção artesanal para uma economia dominada pela indústria e pela manufatura mecânica.
Como aponta a Encyclopaedia Britannica (uma plataforma online de conhecimentos gerais), esse processo introduziu novas dinâmicas de trabalho e alterou a vida cotidiana das pessoas. Ele começou no Reino Unido durante o século 18 e se espalhou por várias partes do mundo.
O termo “Revolução Industrial” foi popularizado pelo historiador econômico inglês Arnold Toynbee para descrever o desenvolvimento econômico britânico entre 1760 e 1840. Desde então, como aponta a Britannica, o conceito tem sido aplicado de forma mais ampla, referindo-se a um processo de transformação econômica.
O quadro retrata como ficou Londres depois da Revolução Industrial. Feito em óleo sobre tela, em 1895, mostra uma paisagem industrial europeia pintada por Edmund Kregczy (1855-1916), pintor da República Tcheca, e disponível no Museu da Ciência, Londres, na Inglaterra.
Para entender por que o Reino Unido liderou a Revolução Industrial, é importante considerar vários fatores. De acordo com a Encyclopaedia of World History (plataforma de conhecimento dedicada ao tema), um dos aspectos mais relevantes foi o aumento dos salários durante o século 17.
A enciclopédia histórica menciona que a mão de obra cara foi o resultado do crescimento populacional, da oferta limitada de terras aráveis, da reorganização das terras por meio de cercamentos e do aumento da demanda por mão de obra.
Em contraste com o Reino Unido, países como a França, a Itália e a Espanha enfrentavam o declínio dos salários e da qualidade de vida. Essa diferença fez com que o investimento em maquinário fosse menor nesses locais, pois os baixos salários reduziram a economia de custos que a mecanização poderia oferecer.
Ainda segundo a Encyclopedia of World History, outros fatores por trás do surgimento dessa revolução foram: agricultura eficiente, uso do carvão como combustível barato, urbanização significativa e apoio do governo aos negócios, entre outros.
Além disso, o comércio intercontinental aumentou a demanda por mercadorias e, portanto, por mão-de-obra. O Reino Unido estabeleceu colônias e centros comerciais na América do Norte, no Caribe e na Índia, o que permitiu à nação se beneficiar de um comércio lucrativo.
A foto mostra uma máquina a vapor Watt & Boulton, uma das principais inovações da Revolução Industrial. Datada de 1788, é o exemplo de motor a vapor rotativo original mais antigo do mundo. Projetado e construído por James Watt (1736-1819) e Matthew Boulton (1728-1809), o motor usava muito menos combustível do que os modelos anteriores criados por outros inventores e, portanto, podia funcionar em praticamente qualquer lugar para acionar máquinas agrícolas e de fábricas.
Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, realizou um estudo de duas décadas sobre o desenvolvimento econômico e a estrutura ocupacional na Inglaterra. Conforme analisado por um artigo da National Geographic Espanha, o estudo sugere que o início da Revolução Industrial pode ter ocorrido muito antes, mesmo durante o reinado da dinastia Stuart (que governou a Inglaterra e a Escócia de 1603 a 1714).
Ao compilar mais de 160 milhões de registros, abrangendo de 1379 a 1911, os pesquisadores analisaram documentos históricos e censos para entender melhor o contexto trabalhista da época.
De acordo com a publicação, as novas descobertas indicam que, no início do século 18, mais de 40% dos homens adultos na Inglaterra estavam empregados no setor secundário. Isso sugere que a Revolução Industrial começou entre 1550 e 1700, muito antes do que se pensava anteriormente.
A publicação afirma que há um ponto importante a ser observado sobre esse estudo. Embora a coleta de dados seja a mais abrangente até o momento, ela ainda tem limitações em termos das informações disponíveis sobre o emprego feminino.