O algodão tem origem vegetal e acompanha a humanidade em momentos-chave, como por exemplo a Guerra de Secessão, nos Estados Unidos, no século 17, ou a Revolução Industrial, ocorrida a partir do século 18. A planta atualmente usada de múltiplas formas consiste em uma fibra feita de pelos, que pertence ao gênero Gossypium e é da família das Malvas, nativa da maioria dos países subtropicais, como explica a Encyclopedia Britannica (plataforma de conhecimentos gerais do Reino Unido).
Para reconhecer a importância desse material, desde 2019 a Organização das Nações Unidas criou o Dia Mundial do Algodão, celebrado anualmente em 7 de outubro. "A data ressalta o produto como essencial para a sobrevivência e o seu impacto socioeconômico para milhões de pessoas em nível global", explica o site oficial das ONU.
A seguir, descubra cinco fatos surpreendentes sobre a história e o cultivo do algodão que vão ajudar a entender a magnitude de sua presença na vida dos seres humanos – seja no passado, seja hoje.
Na imagem, uma família de refugiados sírios colhe algodão em uma fazenda em Araban, na Turquia.
As plantas do algodão têm formação de arbusto e produzem o que se chama de "flores brancas", onde ficam os pelos da fibra vegetal em questão, bem como pequenas "vagens verdes" que são as cápsulas do algodão, as quais trazem também as sementes, detalha a Britannica.
"O algodão é colhido quando as cápsulas se abrem", explica a plataforma, e pode ter aparência branco-amarelada, completa a fonte. Ele cresce até 6 metros de altura quando cultivado nos trópicos, mas em média sua altura varia de um a dois metros.
Ainda segundo a enciclopédia online, as fibras do algodão podem ser usadas "em uma ampla variedade de tecidos", desde os mais leves, como rendas por exemplo, até os mais pesados, como o veludo, e outros capazes de revestir móveis domésticos ou de uso industrial.
Além disso, "o algodão não tecido é útil para a fabricação de produtos descartáveis, como saquinhos de chá, toalhas de mesa, bandagens, uniformes e lençóis de uso hospitalar, entre outros", detalha a Britannica. Também é um material que aceita diversos tipos de corantes e aguenta temperaturas relativamente altas.
Reprodução do quadro “As colhedoras de algodão”, do pintor realista norte-americano Winslow Homer (1836 - 1910). Segundo explica World History Encyclopedia, "a pintura retrata duas mulheres afro-americanas trabalhando nos campos de algodão". A obra está na coleção do Museu de Arte do Condado de Los Angeles.
1. Do algodão, quase nada é desperdiçado: segundo dados da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), a cultura dessa planta gera diversos "subprodutos aproveitáveis". Além da indústria têxtil (33%), também pode servir para ração animal (46%); ter sua casca transformada em combustível, embalagem ou fertilizantes (16%); virar óleo comestível (8%); e pode ser usado em papel moeda, celulose ou filmes fotográficos (3%).
2. O algodão é resistente à seca: por necessitar de pouca água para seu crescimento, a cultura desta planta faz com que ela cresça até mesmo em em climas áridos, já que suas raízes extraem o líquido de camadas profundas do solo.
3. Esses são os maiores produtores de algodão do mundo: ainda segundo a ONU, 75 países, em todos os continentes, cultivam o algodão, impactando a vida de mais de 100 milhões de famílias. E entre os principais produtores (em milhões de toneladas) estão China, Índia, Estados Unidos e Brasil.
4. As plantações de algodão já estiveram intimamente ligadas à escravidão: durante o século 17, quando a região Norte das Américas estava sob invasão inglesa, as plantações de algodão usavam mão-de-obra de pessoas escravizadas vindas da África. "A escravidão na América Colonial, definida como a escravização de africanos por colonos ingleses brancos, começou em 1640 na Colônia de Jamestown, na Virgínia, mas já havia sido adotada como política antes dessa data com a escravização e deportação de nativos americanos", explica a World History Encyclopedia (plantaforma de conhecimento dedicada ao tema).
5. As máquinas para trabalhar o algodão foram surgindo na Revolução Industrial: uma das primeiras máquinas destinadas a descaroçar essa fibra vegetal foi inventada por um homem chamado Eli Whitney (1765-1825) nos Estados Unidos em 1794, durante a Revolução Industrial, conta a World History Encyclopedia. "A máquina era usada para limpar o algodão cru e separá-lo das sementes pegajosas, puxando as bolas de algodão por uma malha de pente e um mecanismo de dentes e ganchos de metal giratórios". Essa inovação, infelizmente, esteve intimamente ligada à escravização de pessoas africanas nas plantações estadunidenses, já que como ela processava mais quilos por dia do material, era necessário mais gente para colhê-lo, finaliza a WHE.