O olhar curioso de Charles Darwin diante do mundo que o cercava foi o propulsor para que se tornasse o responsável pela teoria que mudou radicalmente o entendimento da seleção natural das espécies que habitaram a Terra.
Nascido em 12 de fevereiro de 1809, em Shrewsbury, uma pacata cidade inglesa de cerca de 70 mil habitantes, perto do País de Gales, Charles Darwin cresceu no campo e desafiou a sociedade vitoriana da época, altamente religiosa, ao já sugerir desde o começo de seus estudos, que seres humanos e animais poderiam ter uma “ancestralidade em comum”, como explica a Encyclopedia Britannica, plataforma de conhecimento e educação do Reino Unido.
Aproveitando a data de seu nascimento, confira 5 dados curiosos sobre a vida de Darwin, um dos estudiosos que mais influenciou as investigações científicas sobre a natureza até os dias de hoje.
A Encyclopedia Britannica, que tem um grande verbete destinado ao cientista, conta que Charles Darwin teve pai e avó ligados à medicina e à investigação científica. Era filho de Robert Waring Darwin, um médico conceituado de sua cidade, e neto de Erasmus Darwin, também médico (e poeta), que escreveu um estudo chamado “Zoonomia – ou As Leis da Vida Orgânica”, entre os anos de 1794 e 1796.
O próprio jovem Darwin também estudou medicina por algum tempo: foi enviado pelo pai para a Escócia, aos 16 anos, para ser médico pela Universidade de Edimburgo, em 1825. Mas nunca concluiu o curso, diz a Britannica. Isso porque, diz a fonte, ele detestava as aulas de anatomia e cirurgia, que o deixavam enjoado.
Darwin formulou o livro “A Origem das Espécies” enquanto viajava pelo mundo a bordo de um navio chamado HMS Beagle. O navio ficou cinco anos circulando pelo planeta (entre 1831-1836), passando pelas Ilhas Galápagos em 1835, como informa o site “Descobrindo Galápagos”, uma plataforma online da Galapagos Conservation Trust, entidade não-governamental britânica dedicada a proteger a ilha.
Foto que mostra o microscópio de bronze de Darwin em uma mesa de seu escritório.
Foi observando a fauna e a flora de Galápagos, que possui espécies bastante particulares por causa de sua localização afastada do continente (fica a 1 mil quilômetros da costa do Equador), que Darwin deu acabamento em sua tese sobre a “evolução das espécies”, como explica o artigo “Charles Darwin, the father of evolution” (“Charles Darwin, o pai da evolução”, em tradução livre), da Fundação Aquae, instituição espanhola sem fins lucrativos voltada para o meio ambiente.
De acordo com a Britannica, a teoria de Darwin teria sido escrita entre 1837-1839, mas a publicação oficial do livro “A Origem das Espécies”, ocorreu somente em 1859. O fato se deu um ano depois da publicação do trabalho de outro naturalista – Alfred Russel Wallace – que havia chegado a resultados semelhantes aos de Darwin em suas investigações sobre as espécies.
Durante sua longa viagem com o HSM Beagle, o naturalista britânico colocou os pés em solo brasileiro e argentino, conta a Britannica. Ele visitou a província da Tierra del Fuego, região mais ao sul do território argentino, onde viu a Patagônia, informa a Britannica.
No Uruguai, por sua vez, Darwin colocou os pés em Montevidéu e navegou pelo Rio da Prata. Já no Brasil, visitou Salvador de Bahia, onde atualmente fica Salvador, a capital do estado baiano, bem como o Rio de Janeiro, onde ficou por alguns meses e se dedicou a estudar insetos, entre outros animais, conta a enciclopédia.
O sol se põe em uma das Ilhas Galápagos, cadeia de ilhas remotas que fica a 1 mil quilômetros do Equador.
O cientista se embrenhou pelas florestas tropicais nativas, mas ficou impactado negativamente com a escravidão – já que o Brasil só aboliu totalmente a escravatura em 1888, mais de 50 anos depois da passagem de Darwin por terras brasileiras.
Charles Darwin tinha apenas 22 anos de idade quando começou a viagem com o Beagle, que foi transformadora para sua carreira e para ele mesmo pessoalmente.
Apesar de nunca ter seguido em nenhum tipo de religião, deus ou divindade durante sua vida, Darwin acabou enterrado na Abadia de Westminster, uma das principais igrejas de Londres, quando faleceu, em 1882, aos 73 anos de idade.
Segundo a Britannica, o ato é um dos maiores reconhecimentos post-mortem, e uma honraria dada somente a personagens bastante importantes na história britânica. Em Westminster, Darwin tem a companhia do físico Isaac Newton, do escritor Charles Dickens, além de 17 reis e rainhas britânicos, como Elizabeth 2ª, por exemplo.
Uma pintura de Darwin e a variedade de vida que o intrigava.
As descobertas científicas de Charles Darwin acabaram também por deixar o estudioso popular no mundo inteiro. Como resultado disso, o dia de seu nascimento também se tornou o Darwin Day, uma data criada para homenageá-lo.
Celebrado anualmente em 12 de fevereiro por entidades ligadas à pesquisa científica, o Darwin Day foi criado para celebrar a vida e o trabalho do naturalista britânico, relembrando suas conquistas da científicas e inspirando ações de educação nessa área, como explica site Darwinday.org, do National Center for Science Education – entidade de educação científica da Califórnia, Estados Unidos.
As celebrações começaram em 1995, quando foi realizado o que se considera ser “o primeiro evento oficial para celebrar Darwin”, feito na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, diz o site. A partir daí, a iniciativa se espalhou por outras entidades de ensino do mundo.