Após o nascimento de Jesus (que hoje é celebrado por muitos como o Natal), Maria durante 33 dias após dar à luz ao menino não pode tocar em nada sagrado. Então, para restaurar seu estado de pureza, Maria e José fizeram uma oferta no Templo. O apóstolo Lucas confirma que Maria e José eram pobres porque, em vez de um cordeiro, ofereceram "um par de rolas ou dois pombinhos", o sacrifício menor permitido para casais pobres (Levítico 12:6-8).
E então, diz Lucas no seu Evangelho: “o menino Jesus crescia e se fortalecia, cheio de sabedoria, e a graça de Deus sobre ele” (Lucas 2:40). O menino teria ajudado seu pai, José, em seu trabalho diário, porque se esperava que os filhos homens na Galileia seguissem o ofício de seus pais. O apóstolo Marcos nos conta no Novo Testamento que, anos mais tarde, quando Jesus retornou à sua cidade natal, Nazaré, após o início de seu ministério, o povo de sua cidade natal ficou surpreso com suas palavras. "Não é este o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago?", perguntaram (Marcos 6:3). Marcos usa a palavra grega tektōn, que tem sido tradicionalmente traduzida como "carpinteiro", mas que na verdade significa um "trabalhador" ou "artífice" em pedra, madeira ou metal. A madeira trabalhável adequada para carpintaria era rara e cara na Baixa Galileia e, provavelmente, fora do alcance da maioria dos agricultores.
De acordo com o historiador judeu Josefo, do século 1 d.C., quase todos na Galileia sustentavam suas famílias com a agricultura. De fato, muitas das futuras parábolas de Jesus usam a linguagem dos campos e pomares em vez da linguagem de uma carpintaria. Isso levou alguns estudiosos a sugerir que José era um fazendeiro, que talvez tenha aumentado sua renda com suas habilidades de carpinteiro. Se isso for verdade, então Jesus teria testemunhado os rituais de cultivo – semeadura, colheita e ceifa – em sua infância.
Obra "Christ in the House of His Parents" (Cristo na casa de seus pais, em tradução livre), do artista pré-rafaelita Sir John Everett Millais.
Lucas diz que quando Jesus tinha 12 anos de idade – por volta de 8 d.C., se presumirmos que Jesus nasceu no último ano do reinado do rei Herodes – seus pais o levaram a Jerusalém mais uma vez. A ocasião para essa viagem foi a festa da Páscoa. Eles ficaram em Jerusalém, visitaram o Templo e, por fim, se prepararam para voltar para casa.
Como estavam viajando entre outros peregrinos da Galileia, incluindo amigos e parentes, José e Maria não ficaram surpresos quando não viram Jesus andando por perto. Mas quando passaram um dia de viagem sem vê-lo, ficaram preocupados e decidiram voltar correndo para Jerusalém. Depois de três dias, encontraram seu filho de 12 anos sentado no Templo, absorto em um debate com estudiosos e mestres das leis religiosas.
Aparentemente, os homens eruditos ficaram impressionados com o conhecimento e a compreensão que Jesus tinha da Torá. Aliviada e igualmente chateada, Maria lhe disse: "Por que você nos tratou assim? Olhe, seu pai e eu estávamos procurando por você com grande ansiedade". Jesus olhou para cima e respondeu: "Por que vocês estavam me procurando? Vocês não sabiam que eu devia estar na casa de meu Pai?" (Lucas 2:48-49).
A história de Lucas sobre Jesus, de 12 anos, debatendo com estudiosos no Templo levanta uma questão: onde ele recebeu sua educação? O Talmud (coletânea de livros sagrados dos judeus) sugeria que toda cidade deveria ter uma Bet ha-Sefer, ou "Casa do Livro", onde os meninos pudessem ser instruídos na Lei. Isso, no entanto, era mais um ideal do que uma prática real. No entanto, o conhecimento de Jesus sobre a Torá deve ter sido considerável, pois ele é frequentemente mencionado como rabino ou professor nos Evangelhos do Novo Testamento da Bíblia.